Leonardo Avalanche, presidente do , afirmou ter o apoio do ministro , do ex-presidente e do presidente do Senado, , para assumir o controle do partido. As informações foram publicadas em uma reportagem do portal Metrópoles na manhã desta segunda-feira, 26.
Uma gravação feita em fevereiro deste ano, anexada a um pedido de afastamento cautelar de Avalanche, revela suas declarações. O processo está em andamento no TSE.
No áudio, ele ainda afirmou que os três apoiavam sua candidatura e que possuía acesso antecipado a decisões judiciais de Moraes no TSE.
“Você já deve ter ouvido falar de mim, porque até a decisão da 8ª [Vara, que derrubou a eleição interna no PRTB] eu pilotei, a decisão do ministro [Alexandre de Moraes]”, disse Avalanche, no áudio.
Em seguida, ele reproduz a conversa que teve com um colega: “Eu falei: ‘Adriano, eu vou fazer intervenção’. Ele respondeu: ‘Você é louco, não vai não, nós vamos ganhar’. Até então ele não era comigo, né? Eu falei: ‘Sim, vai sair uma decisão quarta-feira que vem, grava bem’. Aí eu mostrei para ele [a decisão do TSE] uma semana antes. Sou um cara bem relacionado”.
Em outro momento, na mesma conversa, Avalanche acrescentou: “Eu já tenho acordo com o ex-presidente, que me ajudou a construir isso desde março, o [Michel] Temer, com o Alexandre [de Moraes]… Ninguém imaginava uma intervenção, então construímos isso”, disse. “Vou te mostrar as peças aqui, eu trocando ‘zapzap’ desde março. O Temer me chamou. […] Ele perguntou: ‘Leo, como você vai assumir a intervenção, fazer a eleição para você mesmo assumir ?’. Foi aí que o Luciano [Fuck] entrou [como interventor].”
Ele ainda afirmou ter uma relação próxima com Rodrigo Pacheco. “Amanhã você vai comigo pegar um voo, vamos lá no Rodrigo Pacheco, você vai ver no ‘zap’ dele… Ele mostra para você [a conversa] junto com o interventor e quem indicou. Nós traçamos o método”.
Em seguida, Avalanche liga para um homem chamado “Jorge” e o conecta com o suposto chefe de gabinete do presidente do Senado. Durante a conversa, Jorge menciona que há uma “parceria” para fortalecer o PRTB.
Segundo o Portal da Transparência do Senado, não há registro de nenhuma pessoa chamada Jorge entre os funcionários do gabinete de Rodrigo Pacheco em 2024 e 2023. No entanto, em 2022, o senador empregou Jorge André Souza Periquito como assessor parlamentar. Jorge foi candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2008 pelo PRTB.
O diálogo teria se repetido em uma reunião convocada por Avalanche em um hotel em Alphaville. Ex-membros do PRTB, Caio Alexandre Gomes da Silva e a ex-vice-presidente Rachel de Carvalho, relataram em um processo no TSE que foram convidados por Avalanche para uma conversa no dia 16 de fevereiro, uma semana antes da eleição que o elegeu como novo presidente do partido.
No processo, Caio e Rachel afirmam que Avalanche os ameaçou de desfiliá-los se não votassem nele. A pressão aumentou quando o empresário mostrou uma lista de filiações retroativas, que ele teria realizado com a ajuda de uma suposta proximidade com Alexandre de Moraes.
“Avalanche mostrou uma lista de fundadores, que não eram filiados ao partido antes, e que teriam sido filiados por ele com data retroativa, devido à sua ligação com Alexandre de Moraes. Além disso, ele exibiu uma decisão do TSE, que ainda não havia sido publicada, e afirmou que essa decisão foi encomendada por ele ao interventor, e que poucos dias depois, foi realmente publicada.”
Caio Alexandre também afirmou em depoimento à Justiça Eleitoral que “Leonardo Avalanche demonstrou ter acesso às senhas do Sistema de Filiação Partidária (Filia) dos dois vice-presidentes anteriores, que estavam como interinos do partido, e que, com essas senhas, ele pôde filiar e desfiliar pessoas.”
Em notas enviadas ao Metrópoles, assessores de Michel Temer e Rodrigo Pacheco classificaram as declarações de Leonardo Avalanche como “bravatas”. Procurado, Alexandre de Moraes não se manifestou sobre o assunto.
O presidente do PRTB também foi contatado, mas não respondeu. O espaço permanece aberto.
Fonte: revistaoeste
