Karine Campos
Única News
Após um mês da tragédia que destruiu totalmente o Shopping Popular, em Cuiabá, os comerciantes seguem firmes vendendo suas mercadorias embaixo de tendas improvisadas, sob sol, chuva e frio, sem perder as esperanças de que tudo seja resolvido logo e, assim, ter suas lojas reconstruídas.
Na última quinta-feira, exatamente um mês após o fatídico incêndio, a prefeitura de Cuiabá demoliu os últimos escombros do local.
O famoso “Shopping do Camelô”, como era conhecido pelos cuiabanos há quase 30 anos, continha 600 lojas de diferentes segmentos. Todas elas foram tomadas pelas chamas até não restar mais nada, no dia 15 de julho. Com isso, milhares de mercadorias foram perdidas, deixando um prejuízo imensurável para os 600 comerciantes.
Na esperança de recuperar todo o prejuízo que foi deixado, os lojistas pegaram mesas de plásticos e se alocaram na lateral do centro comercial e, com as últimas mercadorias que restaram após a tragédia, recomeçam do “zero” aos poucos.
Marcos Rondon, mais conhecido como “Batata” pelos outros lojistas, foi uma das vítimas que perdeu tudo que havia construído em 22 anos de trabalho. Em entrevista ao Única News, ele falou sobre como foi ter recebido uma das piores notícias de sua vida e, após ser comunicado sobre a tragédia por uma ligação, não queria acreditar.
“O pessoal me ligou de madrugada, às 2h da manhã, dizendo que o Shopping estava pegando fogo. No momento eu falei: é mentira, o Shopping não está pegando fogo. Mas, em seguida, os meninos que estavam aqui perto falaram que iam filmar. Filmaram, eu vi o vídeo e logo vim correndo”, relata Marcos.
Em sua loja, Marcos vendia eletrônicos e acessórios para som automotivo, além de vários itens exclusivos relacionados a este mesmo segmento. Toda a mercadoria foi destruída pelas chamas até não restar mais nada.
“A gente fica assim, no chão, sem acreditar. Temos muito tempo de luta, tanto eu quanto os amigos, meus vizinhos de banca. Para todos nós aquilo era nosso sustento, o ganha pão de todo mundo.”
Vendedor experiente, ele afirma que a perda é imensurável, não só pelo prejuízo em dinheiro, mas também por anos de trabalho e esforço ali dedicados para levar o melhor aos clientes.
“Não temos nem noção de valor, mas a perda foi muita, é muito tempo de trabalho esforço. Eu sempre busquei deixar a loja sempre lotada para ter de tudo, para não perdermos venda e ter de tudo para o cliente”, afirma o lojista.
Marcos ainda relata a dura diferença em atender os clientes no local onde os comerciantes estão instalados.
“É muito difícil, lá dentro atendíamos em um lugar climatizado, seguro e tinha até mesmo o estacionamento para o cliente, eles se sentiam mais acomodados. Aqui fora está sendo uma adaptação, porque estamos trabalhando no sol.”
Diante das dificuldades sofridas pelos vendedores, Marcos cita que a maior delas é a falta de espaço e o calor escaldante no local.
Apesar da tragédia, o comerciante segue esperançoso e, mesmo com muitas dificuldades, irá continuar trabalhando para se reerguer.
O Shopping Popular foi construído em 21 de abril de 1995. Ele havia sido recentemente reformado para melhor atender os comerciantes locais e consumidores. Em seu interior, abrigava 600 lojas com mais de 3 mil trabalhadores.
A Secretaria Municipal de Obras Públicas e Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos – Limpurb demoliu a última parte da estrutura comercial na quinta-feira (15).
O intuito é que seja erguido um novo prédio para alocar todos os 600 lojistas que perderam tudo na grande tragédia.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Shopping Popular, Misael Galvão, os trabalhos estão a todo vapor para que até dia 21 de abril de 2025, o Shopping Popular esteja de pé novamente para comemorar seus 30 anos de fundação com um novo espaço.
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Fonte: unicanews