Que ideia! Para melhorar a comunicação com o filho autista não verbal, pai e mãe encontraram uma solução criativa: fizeram uma tatuagem do alfabeto no braço e assim eles “conversam”. O método deu tão certo que os dois resolveram compartilhar a ideia e os vídeos, que mostram o avanço dos diálogos e dos contatos, conquistaram a internet.
A médica Annie Coutinho, o marido e o filho Felipe são cariocas, mas moram em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Determinados a desenvolver as habilidades do menino, que é autista nível 3, os pais mostram como Felipe tem evoluído.
A mãe e o pai perguntam o que ele quer. O menino responde marcando com o dedinho indicador a resposta. Geralmente são respostas curtas de, no máximo, três sílabas. Mas para os pais, é um superavanço. Assista!
Os vídeos da comunicação
Nas redes sociais da mãe, Felipe aparece escolhendo músicas com a fonoaudióloga: ele gosta de Elba Ramalho e Ney Matogrosso. Também tem vídeos do menino com outras crianças, andando a cavalo, brincando e, principalmente, comunicando-se por meio do alfabeto em forma de tatuagem.
Annie, a mãe do Felipe, compartilhou vários vídeos em que ela e o pai da criança aparecem “conversando” com filho com a utilização do alfabeto em forma de tatuagem no braço direito.
Os vídeos mais visualizados são os que Annie e o marido aparecem interagindo com Felipe na área de diversões. O menino está em um brinquedo e demonstra não querer sair. Os pais perguntam o que ele quer: “Quer sair ou quer mais?”. O menino responde: “Mais”.
Leia mais notícia boa
O porquê da tatuagem
A mãe e o pai decidiram fazer a tatuagem com o base no método que já aplicam de letramento do menino. Felipe apresenta conquistas diariamente.
“A tatuagem é apenas mais uma forma de aprendizado para a escrita livre no futuro. Mais amor, menos ódio nos vídeos que viralizam” , afirmou Annie, que costuma compartilhar não só as conquistas do filho, mas também os desafios que enfrenta no dia a dia.
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento com reações atípicas, dificuldades de comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e estereotipados. Há três níveis ou graus: autismo leve (nível 1), moderado (nível 2) ou severo (nível 3).
Explicações sobre o caso
Nas redes sociais, Annie alia o conhecimento técnico, como médica, com a experiência de ser mãe, de um autista de nível de suporte 3.
“Explicações pra quem não acompanha a gente e não conhece nossa história: Felipe é autista nível 3, não falante, com apraxia da fala, e há 4 anos vem trabalhando a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA).”
Segundo a mãe, esse tipo de comunicação é feita por intermédio do tablet do menino e com o programa de CAA. Paralelamente à CAA, mãe e pai partiram para a alfabetização, inclusive com reforço à parte escrita. Eles investem nos métodos de RPM (rapid promp method) e S2C (spell to communicate).
“[Temos] visto os lindos casos de autistas adultos nível 3 que soletram e escrevem abertamente. Esse processo é feito com uma prancha de letras no papel, então foi opção nossa tatuar a prancha nos nossos braços para que ela esteja rapidamente acessível o tempo todo durante o aprendizado dele a escrever.”
Veja a alegria da família:
Veja o vídeo da comunicação do Felipe com o pai:
Ver essa foto no Instagram
Agora o vídeo da comunicação do Felipe com a mãe:
Ver essa foto no Instagram
Fonte: sonoticiaboa