O jornalista Gleen Greenwald afirmou, nesta terça-feira, 13, que o jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens trocadas por assessores diretos do ministro Alexandre de Moraes no e no .
A Folha divulgou a primeira parte do conteúdo recebido ainda nesta terça-feira, 13. A reportagem afirmou que o gabinete de Moraes ordenou, por mensagens no WhatsApp e de forma não oficial, a produção de relatórios para “embasar decisões do próprio ministro” contra perfis de direita no Inquérito das fake news.
O magistrado teria usado recursos do TSE para poder integrar decisões no STF durante e depois das eleições de 2022.
De acordo com o jornal, as mensagens mostram um trabalho conjunto dos tribunais para perseguir opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Supremo teria usado o órgão da Justiça eleitoral como uma ala de investigação, fosse por assuntos eleitorais ou não daquele ano.
De acordo com a reportagem, o juiz instrutor mais próximo do ministro no STF, Airton Vieira, foi responsável por efetuar a maioria dos pedidos extraoficiais. O então perito criminal do TSE, Eduardo Tagliaferro, também ajudou no processo.
Na época, Tagliaferro liderava a Assessoria Especial de Enfrentamento à desinformação (AEED) do TSE. Em 2023, ele saiu do órgão depois de ser preso sob suspeita de violência doméstica contra a mulher.
Um trecho da conversa divulgado revela a inquietação e o temperamento agressivo de Moraes por causa da demora para cumprir suas ordens. “Vocês querem que eu faça o laudo?”, indagou o ministro do STF.
“Ele cismou”, afirmou Airton Vieira nas conversas divulgadas. “Quando ele cisma, é uma tragédia.”
De acordo com a reportagem da Folha, o emparelhamento do STF e do TSE ocorreu por meio de um grupo do WhatsApp. Airton Vieira, juíz instrutor do STF, pedia relatórios a Eduardo Tagliaferro, perito criminal do TSE, a pedido do ministro Alexandre de Moraes.
O gabinete de Moraes no Supremo Tribunal Federal recebia os relatórios encomendados. O STF, no entanto, classificava as investigações e os monitoramentos dos casos como espontâneos — quando na verdade, eram a mando do ministro.
A reportagem afirmou que, uma vez com os documentos em mãos, o magistrado incluía as denúncias no Inquérito das Fake News.
“Como ele [Alexandre de Moraes] está esses dias sem sessão, ele está com tempo para ficar procurando [publicações da oposição]”, afirmou Airton Viera, em um áudio enviado a Eduardo Tagliaferro, às 23h59 no dia 28 de dezembro de 2022.
Fonte: revistaoeste