O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a atual taxa de juros no Brasil e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“A taxa de juros de 10,5% ao ano é irreal para uma inflação de 4%. Isso vai poder melhorar quando eu puder indicar o presidente [do Banco Central]”, disse em entrevista à rádio O Tempo durante sua passagem por Minas Gerais.
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Lula, que, junto de aliados, tem feito ataques pesados a Campos Neto desde que assumiu o governo, argumentou que não pode brigar com o presidente do Banco Central, pois ele foi escolhido pelo governo anterior e age conforme a ideologia daquele governo.
“O presidente da República não pode ficar brigando com o presidente do BC, porque ele foi escolhido pelo governo anterior, pensa ideologicamente igual ao governo anterior e não está fazendo o que deveria fazer corretamente”, declarou Lula.
Em entrevista à rádio CBN há dez dias, Lula acusou Campos Neto de ter um lado político e de trabalhar contra o país. Já na quinta-feira 27, ele elogiou Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, apontando-o como apto para substituir Campos Neto depois de o término de seu mandato em dezembro.
“O Galípolo é um menino de ouro. Se tem um menino de ouro é Galípolo. Competentíssimo, de uma honestidade ímpar. Obviamente ele tem todas as condições para ser presidente do Banco Central. Mas nunca conversei com ele, nunca falei com ele [sobre isso]”, afirmou Lula em entrevista em Belo Horizonte.
Indicado por Lula, Galípolo votou a favor da manutenção da Selic em 10,5% ao ano na última decisão do Conselho de Política Econômica (Copom) do Banco Central.
Na entrevista desta sexta-feira, 28, Lula criticou a especulação com derivativos que valorizam o dólar e desvalorizam o real, pedindo investigação do Banco Central. “Tem especulação com derivativo para valorizar o dólar e desvalorizar o real, e o Banco Central tem que investigar isso. Se o presidente da República que for eleito não puder falar, quem vai poder falar? O cara que perdeu? O presidente do Banco Central?”, argumentou Lula à rádio O Tempo.
