O Conselho Nacional de Patrulha de Fronteira (NBPC) dos Estados Unidos, que representa mais de 18 mil profissionais, desmentiu o presidente Joe Biden e afirmou que jamais apoiou seu governo. Durante o primeiro debate para as eleições presidenciais de 2024, nesta quinta-feira, 27, o democrata disse que o NBPC endossa sua administração.
“A Patrulha de Fronteira me apoiou”, disse Biden, ao alegar que seu governo impediu a entrada de imigrantes ilegais. “Apoiou a minha posição.”
Os números recordes de imigração ilegal no país têm sido uma das preocupações para o eleitorado americano. Biden resolveu dizer que a Polícia de Fronteira o apoia. O Sindicato da instituição imediatamente tuitou: “Para deixar claro, nunca apoiamos e nunca apoiaremos Biden.” pic.twitter.com/CZmpFe5lbC
— Ana Paula Henkel (@AnaPaulaVolei) June 28, 2024
A resposta veio no Twitter/X. “Para deixar claro, nunca apoiamos nem nunca apoiaremos Biden”, escreveram patrulheiros.
Governo Biden já deportou mais de 700 mil imigrantes em 12 meses
As deportações de imigrantes durante a gestão de Donald Trump, de 2017 a 2021, foram um dos temas mais controversos e amplamente cobertos pela mídia dos Estados Unidos e do mundo.
A política de deportações, parte das várias medidas adotadas pelo então presidente para controlar as fronteiras, foi frequentemente criticada e retratada como “cruel” e “desumana” pelos grandes veículos de comunicação. No entanto, a continuidade e intensificação das deportações no governo de Joe Biden têm sido menos destacadas.
De acordo com dados recentes do governo democrata, . As informações são do jornal Gazeta do Povo.
Segundo a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP), entre o fim do Título 42, em maio de 2023, e maio deste ano, o Departamento de Segurança Interna (DHS) deportou 720 mil indivíduos, incluindo 109 mil famílias, a maioria deles imigrantes que cruzaram a fronteira ilegalmente.
Além dos números oficiais, a emissora WUSA, afiliada da CBS, revelou que, em 2018 e 2020, Trump deportou 47,4% dos imigrantes ilegais encontrados. Já sob o governo Biden, entre janeiro de 2021 e março de 2023, a porcentagem foi de 50,9%.
Esse alto número de deportações contrasta com a postura defendida por Joe Biden e pela mídia durante a campanha presidencial de 2020, quando ele condenava as ações de Donald Trump e prometia uma abordagem mais compassiva e aberta.
Embora a política migratória de Biden seja mais aberta em alguns aspectos, a crise na fronteira sul se intensificou, contribuindo para o aumento das deportações. A gravidade da situação na fronteira pode até ameaçar a reeleição do democrata.
Apesar das estatísticas, a mídia não tem dado a mesma ênfase às deportações no governo Biden como fazia no governo Trump. As políticas do republicano, que restringiam a entrada de solicitantes de asilo e deportavam imigrantes ilegais, recebiam críticas contundentes e ampla cobertura.
Durante o governo Trump, imagens de crianças imigrantes separadas de suas famílias e as condições precárias dos abrigos dominaram as manchetes, criando uma percepção de crueldade. Por exemplo, o The Washington Post, em um artigo de opinião de 2019, criticava as políticas de imigração de Trump, enquanto o The New York Times, em 2018, condenava a separação de famílias.
Em contraste, as deportações recordes do governo Biden não têm recebido o mesmo destaque negativo, mesmo com relatos de separação de famílias. A promessa de Biden de um tratamento mais humano aos imigrantes ainda não se concretizou, mas a cobertura da mídia sobre suas ações tem sido menos crítica.
Em ano eleitoral, Biden tem tentado adotar uma postura mais rígida em relação aos imigrantes que cruzam a fronteira ilegalmente, incluindo uma nova ordem executiva que restringe a entrada de ilegais. No entanto, suas ações não são questionadas com a mesma intensidade que as de Trump.
Fonte: revistaoeste