📝RESUMO DA MATÉRIA
- O livro “Construa a vida que você quer: a arte e a ciência de ser mais feliz” foi escrito pelo autor de best-sellers e professor de Harvard, Arthur Brooks, Ph.D., e pela renomada apresentadora Oprah Winfrey. Nele, eles discutem como você pode fazer escolhas conscientes para encontrar alegria e moldar a vida que deseja.
- Se falta realização na sua vida, pode ser o seu verdadeiro Eu lhe dizendo para fazer escolhas diferentes que podem levá-lo em direção a uma existência mais satisfatória.
- Brooks aborda ainda as fontes da infelicidade em seu artigo no New York Times, “Love People, Not Pleasure”, onde destaca a busca pela fama, fortuna e prazer como obstáculos para encontrar a verdadeira Alegria.
- Otimizar a saúde mitocondrial é crucial, pois ela aumenta a capacidade de se conectar com o verdadeiro Eu e permite que você aproveite a sua intuição e sabedoria interior, para que possa encontrar o caminho que lhe trará mais Alegria.
🩺Por Dr. Mercola
A alegria tem um impacto imenso na saúde. Isso leva você a tomar decisões que podem capacitar e enriquecer sua vida. No entanto, muitas pessoas hoje carecem de Alegria, e é por isso que mudei meu foco para ajudá-lo a cultivar este aspecto importante do seu bem-estar. Mas o que define a Alegria e como você pode aproveitá-la para construir uma existência mais plena?
O livro “Construa a vida que você quer: a arte e a ciência de ser mais feliz”, escrito pelo autor de best-sellers e professor de Harvard Arthur Brooks, Ph.D., e co-escrito pela renomada apresentadora Oprah Winfrey, procurou responder a essas perguntas.
“Nossa missão neste livro é unir as duas vertentes do nosso trabalho, para abrir a incrível ciência da felicidade para pessoas em todas as esferas da vida, que podem usá-la para viver melhor e elevar os outros.
Em linguagem simples, buscamos ajudá-lo a ver que você não está indefeso contra as marés da vida, mas que com uma maior compreensão de como sua mente e seu cérebro funcionam, você pode construir a vida que deseja, começando por dentro com suas emoções, e em seguida, voltando-se para sua família, amizades, trabalho e vida espiritual”, eles escreveram no livro.
Nunca é tarde para virar uma nova página
O livro abre com uma anedota comovente de Brooks, refletindo sobre os momentos finais de sua sogra de 93 anos, Albina Quevedo. Apesar de enfrentar adversidades ao longo da vida, ela relembrou com carinho suas lembranças e declarou que ficou mais feliz à medida que envelhecia.
Quando criança, Albina viveu a Guerra Civil Espanhola, durante a qual seu pai foi preso. “Apesar disso, ela sempre considerou sua infância feliz porque seus pais a amavam e se amavam, e esse amor foi a lembrança que perdurou com mais clareza”, contou Brooks.
Albina enfrentou mais desafios na sua vida adulta, pois o marido a abandonou junto com os filhos, não oferecendo apoio financeiro e lançando-os na pobreza. Ela passou anos se sentindo miserável até que de repente decidiu mudar sua vida, quando tinha uns 45 anos.
“Por razões que não eram claras para os seus amigos e familiares, a sua perspectiva da vida pareceu mudar. Não é que ela tenha se sentido menos solitária de repente, ou que ela tenha ganhado dinheiro de maneira misteriosa, mas por alguma razão, ela parou de esperar que o mundo mudasse e assumiu o controle de sua vida,” Brooks narrou.
Sua jornada de mudança de vida começou com a decisão de se matricular na faculdade e seguir a carreira de professora. Apesar de conciliar estudos e obrigações familiares, Albina se formou como a primeira da turma e passou a dar aulas para crianças de bairros carentes. Ela conseguiu sustentar sua família financeiramente, estabelecer conexões duradouras com as pessoas ao seu redor e, mais tarde, reconciliar-se com seu ex-marido.
“Ela se tornou ela mesma… Agora aqui estava ela, aos noventa e três anos, com suas circunstâncias mais uma vez limitando-a, mas sua alegria inabalável – e até aumentando… Qual foi o segredo dela para virar a esquina aos quarenta e cinco anos em direção a uma vida melhor – e ficar mais feliz por quase cinco décadas depois disso?” Brooks ponderou.
Você é o mestre da sua própria vida
No livro, Brooks explica que três coisas aconteceram com Albina que a libertaram da infelicidade. Primeiro, ela percebeu que tinha o poder de controlar suas respostas aos desafios da vida, em vez de esperar que as mudanças externas lhe trouxessem alegria sem fazer nada.
Segundo, ela tomou decisões conscientes e deu passos proativos para gerenciar as suas reações às emoções negativas. Por fim, ela se concentrou nos quatro pilares importantes de sua vida – família, amizade, trabalho e conexão espiritual. Esses três passos fundamentais a capacitaram a construir a vida que desejava. Com a história dela em mente, Brooks aconselhou:
“Você também pode se tornar o dono da sua própria vida, não um observador. Você pode aprender a escolher como reagir às circunstâncias negativas e selecionar emoções que o façam mais feliz, mesmo quando as coisas não estão bem. Você pode concentrar sua energia não em distrações triviais, mas nos pilares básicos da felicidade que trazem satisfação e significado duradouros”.
Esses insights ecoam os princípios do meu próprio livro, “The Power of Choice”. Até agora, todos os meus livros, quase todos best-sellers, concentraram-se apenas em estratégias de dieta e estilo de vida para a saúde física e a longevidade. “The Power of Choice” também trata, em última análise, da saúde, mas aborda isso de uma perspectiva diferente – a da conexão com a sua consciência.
Uma das principais lições desse livro é que a vida se trata de criar Alegria. Você detém a autoridade final sobre as experiências que encontra, pois elas são moldadas por inteiro por suas escolhas individuais. Se falta realização na sua vida, pode ser o seu verdadeiro Eu lhe dizendo para fazer escolhas diferentes que podem levá-lo em direção a uma existência mais satisfatória.
Eu coloco “Eu” e “Alegria” em maiúscula de forma intencional para enfatizar sua natureza mais profunda e transcendente. O Eu representa a consciência ilimitada e imortal, enquanto a Alegria denota um profundo estado de contentamento que emana de dentro de você.
Evite as armadilhas da fama, fortuna e prazer
Outro aspecto importante para encontrar a Alegria é evitar os caminhos equivocados em direção a ela. Brooks aborda isso em seu artigo “Love People, Not Pleasure”, publicado no New York Times.
Neste texto, Brooks fala sobre a história de Abd al-Rahman III, um emir e califa da Espanha do século X que, apesar de ter fama, riqueza e prazer, disse ter experimentado apenas 14 dias de felicidade genuína em toda a sua vida. Brooks destacou que o problema de Abd al-Rahman não é a falta de felicidade, mas sim a infelicidade causada pela sua fixação em objetivos extrínsecos. Ele explica:
“O que é a infelicidade? Sua intuição pode dizer que isso seja o oposto da felicidade, assim como a escuridão é a ausência de luz. Isso não está correto. A felicidade e a infelicidade estão relacionadas, mas na verdade não são opostas… Por mais estranho que pareça, ser mais feliz do que a média não significa que não se possa também ser mais infeliz do que a médiamé
Brooks cita pesquisas que sugerem que indivíduos fixados em objetivos extrínsecos muitas vezes experimentam níveis mais altos de estresse, ansiedade e insatisfação com a vida. A busca pela fama, em particular, manifesta-se no mundo moderno através de meios como a televisão e as redes sociais, onde as pessoas disputam a atenção exibindo a sua vida cotidiana. Ele sugere que isso leva a uma sensação superficial de realização e a sentimentos de inadequação.
Brooks destaca ainda que priorizar objetivos materialistas tem mostrado aumentar o risco de ansiedade, depressão, abuso de substâncias e até mesmo doenças físicas. Ele também desmente a crença de que a variedade sexual leva a um bem-estar maior, citando um estudo que examinou dados de cerca de 16.000 adultos americanos, que mostrou que, entre homens e mulheres, o número ideal de parceiros sexuais é um.
“Essa busca pela fama, o desejo pelas coisas materiais e a objetificação dos outros – ou seja, o ciclo de apego e desejo – segue uma fórmula que é elegante, simples e mortal: Ame as coisas, use as pessoas. Essa foi a fórmula de Abd al-Rahman enquanto ele caminhava sonâmbulo pela vida”.
Brooks conclui que para encontrar a fórmula da felicidade, basta inverter a fórmula que perpetua o ciclo de infelicidade. Ou seja, “Ame as pessoas, use as coisas”.
Confie em si mesmo para arriscar e fazer escolhas corajosas
A jornada de Ashley Armstrong como cofundadora da Angel Acres Egg Co. e da Nourish Cooperative é outro exemplo inspirador de como priorizar a Alegria em sua tomada de decisão pode levar a uma vida mais significativa e gratificante.
O vídeo acima, retirado da nossa entrevista anterior, descreve como Ashley fez uma mudança radical de carreira para seguir sua paixão pela agricultura regenerativa. Ao fazer essa escolha corajosa, ela conseguiu recuperar a Alegria, além de melhorar sua saúde e beneficiar outras pessoas.
O próprio Brooks deu o mesmo salto corajoso quando deixou o cargo de diretor-executivo em uma grande organização sem fins lucrativos para ajudar as pessoas a se elevarem, ensinando a ciência da felicidade. Ele compartilhou no livro:
“Nos anos desde que fiz essa mudança de vida, o meu próprio bem-estar aumentou bastante. As pessoas percebem e comentam que eu sorrio mais e parece que estou me divertindo mais no meu trabalho. Meus relacionamentos são melhores do que eram. E tenho visto melhorias como essas em estudantes, líderes empresariais e pessoas comuns que aprendem os princípios. Muitos deles experimentaram dor e perda além de qualquer coisa que já enfrentei e encontraram alegria mesmo em meio ao sofrimento”.
Muito parecido com o impacto transformador das escolhas feitas por Ashley Brooks e Albina, conforme ilustrado em “Construa a vida que você quer”, suas decisões têm um poder significativo, capaz de remodelar sua própria realidade e impactar a vida de outras pessoas.
Espero de verdade que as histórias deles te capacitem a confiar em seu próprio discernimento e intuição, e o ajudem a reconhecer que sua sabedoria interior sabe melhor o que lhe trará mais alegria e realização na vida.
Você precisa de energia celular suficiente para tomar decisões
No vídeo, Ashley abordou a importância de ter energia celular suficiente para sustentar os processos de tomada de decisão que consomem muita energia no cérebro. Isso ocorre porque seu cérebro consome cerca de 20% da energia do seu corpo, apesar de representar apenas 2% do seu peso.
Vários fatores, como ter excesso de ácido linoleico, altos níveis de estrogênio e estar exposto a endotoxinas, podem esgotar sua energia celular e prejudicar sua capacidade de fazer escolhas de vida saudáveis. É importante evitar essas armadilhas para otimizar sua função mitocondrial, que é um fator central, pois a energia produzida pelas suas mitocôndrias é virtualmente idêntica à energia que criou o universo material.
Melhorar a sua saúde mitocondrial aumenta a sua capacidade de se conectar com a Fonte do seu verdadeiro Eu, que é onde reside a verdadeira Alegria. É também onde a sua intuição e o seu conhecimento interior residem, sempre te guiando na direção do seu eu autêntico e, em última análise, para um caminho que lhe trará mais Alegria.
Cultive mais Alegria em sua vida ao antecipá-la
Você já sentiu uma sensação de intensa alegria e expectativa antes de um evento positivo, como férias, feriados ou até mesmo uma simples refeição deliciosa? Essa emoção está resumida no termo alemão “vorfreude”. Rachel Dixon investigou esse conceito em um artigo para o The Guardian, explorando como você pode aprender a antecipar e saborear a alegria.
Dixon lista 30 maneiras de aumentar seu índice de vorfreude de acordo com especialistas, começando com algo pequeno, como anotar uma coisa alegre por dia e ter uma rotina pela qual você possa ansiar todos os dias.
Encontrar Alegria leva tempo e esforço
Como Brooks conclui de forma apropriada na introdução do livro: “Construir a vida que você quer exige tempo e esforço. Adiar significa esperar sem uma boa razão, perdendo mais tempo para ser mais feliz e fazer os outros mais felizes também”.
Concordo plenamente com essa perspectiva. É por isso que, como você deve ter notado neste artigo, enfatizei a “Alegria” em vez da “felicidade”. Acredito que haja uma distinção importante entre esses dois termos, pois a felicidade é passiva, passageira e dependente de fatores externos.
Em contraste, a Alegria é um verbo; é um estado ativo de ser. Ela representa a busca e realização definitiva do propósito da vida – uma jornada que espero que você abrace, pois irá guiá-lo para moldar sua vida da maneira que você deseja.
Fonte: mercola
