A exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” chega a Brasília após passar pelo Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e pelo CCBB RJ. Além das 120 fotografias do fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, realizadas em viagens por territórios indígenas pela região amazônica entre 1993 e 1998, o público é convidado a uma imersão no cotidiano dos povos visitados através de cantos tradicionais das etnias fotografadas, objetos manipuláveis e oficinas com pesquisadores indígenas.
Nagakura, que começou sua carreira como fotojornalista nos anos 1970, já trabalhou registrando ilhas do Pacífico Sul, povos nômades do Afeganistão e conflitos em El Salvador. Pelos seus livros e exposições, venceu o 12º Prêmio Ken Domon, o Prêmio Anual da Associação Fotográfica do Japão, em 1993, e foi convidado para o Festival Internacional de Fotojornalismo de Perpignan, França, em 2006.
Parceria tem longo histórico de exposições
As viagens de Krenak e Nagakura já foram registradas anteriormente em publicações, exposições e documentários no Japão, onde tiveram grande reconhecimento. O livro intitulado “Assim como os rios, assim como os pássaros: uma viagem com o filósofo da floresta, Ailton Krenak”, publicado em Tóquio, em 1998 (editora Tokuma), é considerada por Krenak uma biografia de si elaborada pelo fotógrafo japonês.
Os percursos realizados pela dupla envolveram os estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas, encontrando os povos Ashaninka, Xavante, Krikati, Gavião, Yawanawá, Huni Kuin e comunidades ribeirinhas no Rio Juruá e região do lavrado, em Roraima.
Nessas viagens, os dois contaram com a assessoria da intérprete Eliza Otsuka, que integra a curadoria da mostra junto a Krenak, Angela Pappiani e Priscyla Gomes.
Eventos e oficinas oferecem imersão com povos originários
Como parte da programação da exposição, o CCBB Brasília oferece seis eventos paralelos à mostra. O primeiro é uma palestra com o próprio Ailton Krenak e acontece no dia 11 junho, às 19h. No dia 12, a mesa de conversa é sobre a importância da preservação do Cerrado e da presença dos povos originários como mantenedores do bioma, com participação de José Cohxyj Krikati, Cleonice Pedzariwe Xavante, Rosemar Redzaprowi’O e Geninho Tseredzapriwe Tsibo’oopre.
Já no dia 13, o evento será sobre a presença feminina, a força da floresta e seu poder de cura, com falas de Maria de Fátima de Souza Yawanawá e Maria Luiza Yawanawá. As duas conversas têm mediação de Aílton Krenak.
As oficinas acontecem nos dias 14, 15 e 16. A primeira, sobre os diferentes tipos de cantos rituais Xavantes, conduzida por Geninho Tseredzapriwe Tsibo’oopre. Dia 15 acontece uma transmissão de conhecimento Krikati, com José Krikati, sobre as razões da música e das festas para esse povo e a importância educativa para a manutenção da biodiversidade cultural e seus saberes.
Já no dia 16, a oficina é sobre a tradição milenar do trançado buriti entre as mulheres Xavante, e vai ser conduzida pelas artesãs Cleonice Pedzariwe e Rosemar Redzaprowi’O.
Como visitar a exposição?
A exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” acontece de 11 de junho a 18 de agosto, na Galeria 01 do CCBB Brasília. A entrada é gratuita, sendo necessário emitir os ingressos na bilheteria física ou pelo site oficial.
As mesas, oficinas e vivências também são gratuitas, com a exigência de emitir os ingressos fisicamente ou pelo site – os bilhetes são disponibilizados a partir das 9h do dia de cada atividade.
O CCBB Brasília funciona de terça a domingo, das 9h às 21h, no Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul, em Brasília.
Fonte: viagemeturismo