Um casal de São Paulo (SP) adotou um menino com uma síndrome rara em Fortaleza (CE) e teve outra notícia boa: logo depois eles descobriram que a mãe estava grávida, após 8 anos de tratamento.
O engenheiro biomédico e professor Filipe Loyola, de 34 anos, e a professora Mayumi Itami, de 40 anos, comemoraram o bebê da barriga e a criança que conseguiram pelo Sistema Nacional de Adoção (SNA).
Samuel, o garotinho adotado, tem paralisia cerebral, precisa de cuidados diferentes mas isso não importa para eles. “Samuel é um menino muito amoroso e expressivo. Foi a criança que Deus mandou pra gente. Você descobre uma condição especial e vai dizer não? Não existe isso. É a mesma coisa de um filho biológio”, disse o pai, Filipe.
Dois presentes em um
Assim que descobriram que o tratamento deu certo, eles souberam que estavam grávidos e que estavam aptos para adotar uma criança!
“Enquanto fazia tratamento para engravidar, a gente passava por todo o processo psicológico, assistente social, tudo, pra entrar na fila da adoção”, explicou a professora, cheia de gratidão.
“Não fomos nós que encontramos o Samuel. Foi ele que encontrou a gente”, disse a mãe.
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“Vim chorando do trabalho pra casa”
A professora estava no trabalho quando recebeu o email que mudou a vida dela para sempre.
“Nós soubemos por e-mail que a nossa vinculação ao Samuel tinha acontecido. Vi no celular e vim chorando do trabalho para casal”, relembra a mulher.
O e-mail veio de Fortaleza, a quase 3.000 quilômetros de distância de onde o casal vive.
“Recebemos o email e o pessoal de Fortaleza entrou em contato com a gente dizendo que ele tinha uma síndrome rara. Queriam saber se a gente iria adotar mesmo assim”, declarou Mayumi.
Em abril de 2024, o casal, junto com os dois filhos biológicos e os pais de Mayumi, foram até Fortaleza para conhecer o príncipe.
Amor verdadeiro
O pequeno Samuel se juntou aos outros dois filhos do casal e mostrou o verdadeiro significado de amar.
Com paralisia cerebral, ele não fala e precisa de ajuda para andar e se alimentar. Toda a alimentação do garotinho é feita por uma sonda no estômago, e a manutenção do equipamento precisa ser diária.
Samuel foi diagnosticado com a Síndrome de Klippel-Feil, uma condição que causa a fusão de vértebras e gera anomalias em sistemas do organismo.
A família ficou 18 dias na capital do Ceará antes de voltar para Tremembé com a criança.
“Foi tudo muito intenso e de muito aprendizado, de muitas descobertas. Foi transformador! É um mundo novo esse que a gente tá entrando, que o Samuel está nos apresentando. Não é algo que a gente tá habituado a fazer. Mas a gente tá disposto a aprender”, disse a mãe.
Preconceito em família
E essa família não para de receber notícia boa. Em 15 de maio, em pleno aniversário do pai, a Justiça concedeu a guarda provisória da criança. Em breve, a guarda definitiva também deve sair.
Segundo o engenheiro, apesar do preconceito sofrido, até mesmo dentro da família paterna, a criança veio para ensinar o que é amor.
“Preconceito a gente sabe que existe. Tive casos dentro da minha família. Mas até isso o Samuel veio para ensinar. A maioria das pessoas tem dado força. Tem muita gente disposta a ajudar”.
Com informações da Defensoria Pública do Ceará.
Fonte: sonoticiaboa