Conteúdo/ODOC – O delegado Geordan Fontenelle pediu autorização judicial para residir em Brasília, alegando a necessidade de estar próximo de seus familiares e para assegurar o cumprimento das medidas cautelares impostas após sua liberação da prisão. Geordan foi preso no dia 17 de março no âmbito da Operação Di Diaphthorae e libertado pelo Tribunal de Justiça em 16 de maio,
Fontenelle é acusado de liderar um esquema de propina supostamente que ficou conhecido como “gabinete do crime”. Ele foi indiciado por corrupção passiva, associação criminosa, falsidade ideológica e advocacia administrativa.
Para conceder a liberdade provisória a Geordan, o Tribunal de Justiça impôs várias medidas cautelares, incluindo monitoramento por tornozeleira eletrônica, suspensão de posse de arma e proibição de exercer a profissão.
Na manifestação, Fontenelle solicitou ao juízo da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, onde trabalhava e teria cometido os crimes, permissão para cumprir as cautelares em Brasília, especificamente na Superquadra 310, bloco J, apartamento 504. Justificou o pedido citando a proximidade com familiares e a integridade no cumprimento das medidas cautelares, informando que poderia ser contatado por meio de sua defesa em caso de intimação ou notificação. Ainda não há uma decisão sobre o requerimento.
A Operação
Durante as investigações, foi revelado que o delegado, juntamente com um investigador, negociava uma fiança de R$ 15 mil para liberar detidos, admitiu receber um repasse mensal de R$ 2 mil de uma cooperativa investigada pela Polícia Federal por comércio ilegal de mercúrio, e cobrava R$ 10 mil de “diária” para que acusados pudessem ficar em alojamento para policiais na delegacia de Peixoto de Azevedo.
Interceptações no “gabinete do crime” de Geordan revelaram que ele e o investigador Marcos Paulo Angeli, segundo principal alvo da operação, combinaram o valor de R$ 15 mil para recuperar uma caminhonete Ford Ranger para uma vítima de golpe de intermediação de compra e venda de veículo. Para arbitrar a fiança em favor de A.P.G., cobraram R$ 10 mil, dos quais R$ 1 mil foram usados para a soltura e os outros R$ 9 mil foram divididos entre eles e a advogada que acompanhou o detido.
A investigação também revelou que Geordan temia os desdobramentos da Operação Hermes II, deflagrada pela Polícia Federal contra um esquema milionário de venda ilegal de mercúrio no país. Fontenelle confessou receber mensalmente R$ 2 mil da Cooperativa Coogavepe, alvo da PF, e temia a interrupção do repasse devido ao bloqueio de bens e valores pela operação.
Ainda, Geordan cobrou R$ 10 mil de diárias de um suspeito identificado como A.J.S.O., também alvo da Operação Hermes II, mantendo-o em um alojamento exclusivo para policiais plantonistas.
Fontenelle foi liberado da prisão no dia 17 de maio, após quase um mês detido, por ordem do Tribunal de Justiça. A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) concedeu liberdade mediante o cumprimento das medidas cautelares, considerando o término das investigações, conforme parecer do Ministério Público.
Fonte: odocumento