A Argentina realizou seu maior investimento militar desde 1983, com a aquisição de 24 caças F-16 dos Estados Unidos. A compra foi concluída em uma cerimônia realizada em abril, na Dinamarca.
O presidente argentino, , que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, manteve uma política de austeridade. Contudo, justificou a compra dos aviões como uma necessidade para modernizar as Forças Armadas.
O valor da compra foi de US$ 300 milhões. No entanto, pode chegar a US$ 650 milhões ao incluir o pacote de armas, segundo o jornal La Nación. O primeiro caça deve chegar a Buenos Aires até o fim do ano.
“Hoje concluímos a aquisição militar mais importante desde 1983”, disse o ministro da Defesa argentino, Luis Petri, na cerimônia de assinatura. “Com os aviões, damos um passo fundamental na nossa política de defesa, ao recuperar a capacidade supersônica da nossa aviação e preparar a nossa Força Aérea para os desafios tecnológicos do século 21.”
A decisão de compra dos F-16, que começaram a ser usados em 1979, se deu depois de anos de negociações e avaliações de diferentes modelos de aviões de guerra.
A necessidade da Argentina de adquirir os aviões
A escolha pelos F-16, que contam com tecnologia avançada e um arsenal significativo, também marca um alinhamento mais estreito entre a Argentina e os Estados Unidos.
Esse movimento é visto como uma estratégia para fortalecer a relação com Washington, especialmente em um contexto de crescente influência chinesa na América Latina.
Em fevereiro, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou a Argentina. Em abril, Milei recebeu a chefe do Comando Sul do Exército norte-americano, Laura Jane Richardson, na cidade argentina de Ushuaia.
Além disso, os Estados Unidos aprovaram um subsídio de US$ 40 milhões para a modernização do setor de defesa argentino, por meio do programa de financiamento militar estrangeiro dos EUA.
Em contrapartida, o ex-presidente Alberto Fernandez havia considerado a compra de caças JF-17, produzidos por China e Paquistão, mas a transação não avançou por causa da falta de consenso político.
Durante o governo de Fernández, a China aumentou significativamente suas vendas de material militar na América Latina, especialmente na Venezuela.
A compra dos F-16, além de representar um avanço tecnológico para a Força Aérea Argentina, também traz à tona a questão das Ilhas Malvinas. Em uma cerimônia no dia 2 de abril, Milei prometeu uma “reivindicação real e sincera das Malvinas” e enfatizou a necessidade de reconciliação com as Forças Armadas.
“Ninguém escuta ou respeita um país que só produz pobreza e cujos políticos desprezam as próprias Forças Armadas”, disse o presidente argentino, na cerimônia.
O veto britânico a vendas de armas para a Argentina, imposto depois da Guerra das Malvinas, não afetou a compra dos F-16, pois os aviões não contêm componentes que o Reino Unido poderia bloquear.
Fonte: revistaoeste