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Política

Toffoli menos incomodado com polêmica em viagens de ministros do que com trabalho da imprensa, aponta Estadão

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O ministro do Dias Toffoli se aborreceu menos com “o conflito de interesses e a imoralidade” da viagem a Londres patrocinada por empresas com processos na Corte do que com o trabalho da imprensa. É o que afirma o jornal O Estado de São Paulo em editorial publicado nesta , 8.

O jornal se refere ao fato de que Toffoli, os colegas Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e outras autoridades foram ao “Fórum Brasil de Ideias”, em Londres, na semana passada. A viagem dos membros do Supremo foi regada a luxos, financiados por empresas privadas que têm interesse em ações na Corte.

, que tem ao menos dois processos em andamento no STF e é parte interessada em outro, relatado por próprio Toffoli.

Mas, segundo o jornal, o trabalho do jornalismo profissional parece ter irritado mais o ministro do que o conflito de interesses e a imoralidade desse “piquenique transatlântico”.

Dias Toffolli
O ministro do STF Dias Toffoli viajou para Londres com dinheiro de empresas privadas, diz Estadão | : Reprodução/Redes sociais

Em uma entrevista à Folha de São Paulo no último 6, em Madri, Toffoli .

“Sobre o que, de fato, haveria de inadequação, incorreção ou injustiça no que foi publicado, o ministro nada disse”, afirma o editorial. “E, a rigor, nem poderia, pois nenhum veículo de comunicação sério apresentou à sociedade mentiras, omissões ou distorções dos fatos tais como eles se deram.”

Para o Estadão, se não pelo zelo com a imagem do STF, da qual depende sua credibilidade, o convite deveria ter sido recusado por pudor. “E não se estaria tratando de ‘injustiça’ alguma”, acrescenta o jornal.

Como forma de justificar suas críticas à imprensa profissional, Toffoli alegou que o STF “é o tribunal que, no ano passado, tomou colegiadamente mais de 15 mil decisões”.

“O que o ministro quis dizer com isso?”, questionou o Estadão. “Que o fato de o STF cumprir sua missão constitucional, nada além disso, teria o condão de apagar o laivo de indecência que macula essas viagens às expensas de lobistas interessados em decisões que os próprios ministros haverão de tomar?”.

O jornal defende que autoridades políticas ou judiciárias discutam questões teóricas ligadas ao país e a seu desenvolvimento onde quer que seja. No entanto, destaca a problemática do que chamou de “adulação” dos ministros de tribunais superiores que costuma marcar essas viagens.

“Em , as mordomias oferecidas nesses eventos servem para criar um ambiente de simpatia, para dizer o mínimo, entre juízes e partes que, ao e ao cabo, mancha a integridade da Justiça”, diz o Estadão.

A publicação também sugere que, em vez de ficar bravo com a imprensa, Toffoli deveria fazer o “autoexame” de seu comportamento como ministro e, quem sabe, levar outros colegas pelo bom caminho da autocontenção e do republicanismo.

Fonte: revistaoeste

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