📝RESUMO DA MATÉRIA
- A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel e antioxidante que combate a inflamação, produz glóbulos vermelhos, apoia a função imunológica saudável e ajuda o corpo a usar a vitamina K, que é importante para a saúde do coração
- A deficiência de vitamina E aumenta o risco de disfunção imunológica, deterioração cognitiva, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, incluindo câncer de próstata, mama, cólon e pulmão
- Ao usar suplementos, certifique-se de que seja feito com vitamina E natural (não sintética) e que tenha um equilíbrio de todos os oito compostos da vitamina E, livre de ingredientes geneticamente modificados e soja
🩺Por Dr. Mercola
A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel com potente atividade antioxidante que ajuda a combater os radicais livres prejudiciais. Ela também desempenha um papel na produção de glóbulos vermelhos, auxilia o corpo a usar a vitamina K (que é importante para a saúde do coração) e está envolvida na função imunológica e na sinalização celular. Assim como muitos outros nutrientes, muitas pessoas não consomem a quantidade suficiente deste micronutriente básico na sua dieta.
A IDR para pessoas com mais de 14 anos é de 15 miligramas de vitamina E por dia, mas a maioria dos americanos ingere apenas metade dessa quantidade. A insuficiência de vitamina E pode aumentar o risco de uma variedade de doenças, incluindo disfunção imunológica, deterioração cognitiva, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, como o câncer de próstata, cólon e pulmão.
A obesidade aumenta ainda mais o risco de deficiência de vitamina E, em parte porque o aumento do estresse oxidativo nas células de gordura aumenta a necessidade de vitamina E do corpo. A obesidade também prejudica a utilização de vitamina E pelo corpo. Os alimentos são a sua melhor fonte, já que eles contêm uma combinação dos oito tipos de vitamina E. Se você estiver usando um suplemento, analisarei abaixo considerações importantes que precisam ser observadas.
Baixo Nível de Vitamina E Ligado a Maior Risco de Câncer
Vários estudos analisaram a influência da vitamina E em doenças como o câncer. É importante apontar que, embora alguns estudos tenham associado a suplementação de vitamina E a um maior risco de câncer, a maioria desses estudos analisou a vitamina E sintética, que eu não recomendo usar.
Por exemplo, houve um estudo publicado em 2015 que analisou os efeitos da ingestão de vitamina E com o risco de câncer de pulmão entre mulheres não fumantes. Este foi um estudo que comparou a dieta e a suplementação de vitamina E em 72.000 indivíduos. Após 12 anos de acompanhamento, 481 mulheres foram diagnosticadas com câncer de pulmão.
A vitamina E na dieta mostrou uma forte correlação com um menor risco de câncer de pulmão, enquanto a suplementação de vitamina E foi relacionada a um aumento do risco. Não é de se surpreender que o suplemento de vitamina E utilizado era sintético.
No geral, isso reforça a importância de garantir que você esteja obtendo vitamina E dos alimentos ou de um suplemento natural, pois somente a vitamina E natural tem um efeito protetor. Ponto de destaque: estudos que avaliaram o potencial anticancerígeno da vitamina E natural descobriram que:
- 300 UI de vitamina E natural por dia podem reduzir o risco de câncer de pulmão em 61%
- O gama-tocotrienol, um cofator encontrado em preparações de vitamina E natural, pode diminuir a formação de tumores de próstata em 75%
- O gama-tocotrienol também combate tumores de câncer de próstata existentes e pode inibir o crescimento de células de câncer de mama humano
Uma meta-análise de 11 estudos de 2017 concluiu que pacientes com concentrações mais baixas de vitamina E sérica (o nível de vitamina E no sangue) tinham um risco maior de câncer colorretal. Um estudo anterior publicado em 1993, também descobriu que a alta ingestão de vitamina E ajudou a diminuir o risco de câncer colorretal – sobretudo em pessoas com menos de 65 anos.
Benefícios da Vitamina E Natural para a Saúde
Além do seu potencial para a prevenção do câncer, a vitamina E natural também pode:
- Reduzir o risco de doenças cardíacas e derrames.
- Aliviar os sintomas associados à esteato-hepatite não alcoólica, uma doença hepática comum e relacionada à obesidade.
- Reduzir o risco de degeneração macular relacionada à idade, uma das principais causas de perda de visão em idosos.
- Aumentar os benefícios sobre o funcionamento dos vasos sanguíneos quando um fumante para de fumar.
- Retardar a perda das funções cognitivas em pacientes com Alzheimer Os resultados mostraram que a progressão clínica do Alzheimer diminuiu 19% ao ano no grupo que recebeu 2.000 UI por dia de vitamina E, em comparação com o placebo. Este atraso traduziu-se em pouco mais de seis meses de progressão retardada durante o período de acompanhamento de dois anos. O tempo de cuidado dos cuidadores também aumentou menos no grupo que recebeu vitamina E.
Na verdade, este estudo utilizou alfa-tocoferol sintético que não foi equilibrado com tocotrienóis ou qualquer outro tocoferol – beta, gama e delta. É provável que os benefícios teriam sido ainda maiores se a forma natural fosse utilizada.
A Vitamina E Reverte a Inibição da Oxidação Mitocondrial
Dois estudos que destacam as influências destrutivas do estrogênio e do cortisol foram publicados em 1963 e 1960. Conforme explicado pelo pesquisador bioenergético Georgi Dinkov, esses estudos mostram que o estrogênio e o cortisol inibem a oxidação do NADH nas mitocôndrias, alterando assim a proporção entre NAD+ e NADH nas mitocôndrias em favor da redução.
A redução, por sua vez, causa uma reversão no fluxo de elétrons na cadeia de transporte de elétrons, fazendo com que espécies reativas de oxigênio (ROS) prejudiciais sejam geradas. O resultado final é uma disfunção mitocondrial e inflamação crônica, que estão na origem da maioria das condições crônicas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.
Além disso, o estrogênio também inibe a piruvato desidrogenase, que aumenta o acúmulo de NADH e distorce ainda mais a relação NAD+/NADH, e “induz um aumento múltiplo na ceruloplasmina – um biomarcador confiável de inflamação aguda e crônica, bem como alguns cânceres (p. ex. linfomas)”, alerta Dinkov. A boa notícia é que, como a vitamina E é um potente inibidor do estrogênio e do cortisol, ela pode reverter esses efeitos adversos.
De Quanta Vitamina E Você Precisa para uma Saúde Ideal?
De acordo com uma revisão científica, apenas 21% das pessoas estudadas tinham um nível protetor de vitamina E sérica, que se pensa ser de 30 micromoles por litro (μmol/L). Este parece ser o limiar acima do qual são obtidos “efeitos definíveis sobre a saúde humana em múltiplas áreas”. Estudos em humanos também descobriram que atingir um nível de 30 μmol/L requer uma ingestão diária de pelo menos 50 UI de vitamina E.
A principal razão para essa deficiência generalizada é que a maioria das pessoas tem uma alimentação composta em grande parte por alimentos processados, que tendem a carecer de vitamina E e outros nutrientes importantes.
A deficiência da vitamina durante a gravidez pode ser problemática. Em todo o mundo, cerca de 13% das pessoas têm níveis de vitamina E abaixo do limite de “deficiência funcional” de 12 μmol/L, e a maioria delas são recém-nascidos e crianças pequenas. Os bebês com deficiência de vitamina E correm maior risco de problemas imunológicos e de visão. A deficiência de vitamina E durante a gravidez também aumenta o risco de aborto espontâneo.
Como a vitamina E é lipossolúvel, tomá-la com alguma gordura saudável, como óleo de coco ou abacate, pode ajudar a aumentar sua biodisponibilidade. Inclusive, estudos mostraram que seu corpo absorverá apenas cerca de 10% da vitamina E de um suplemento quando você o tomar sem gordura.
Sinais e Sintomas de Deficiência de Vitamina E
Os sinais e sintomas de deficiência grave de vitamina E incluem:
Como Escolher um Bom Suplemento de Vitamina E
A maioria dos suplementos de vitamina E são sintéticos e você deve ficar longe deles. Estudos demonstraram que a vitamina E sintética tem o efeito oposto da vitamina E natural, aumentando o risco de certos tipos de câncer em vez de diminuí-lo, por exemplo. Portanto, é importante ter certeza de que você está obtendo uma versão natural.
A vitamina E sintética é chamada de acetato de alfa tocoferol. O acetato indica que é sintético. Em seguida, você precisa prestar atenção na orientação do isômero óptico. A maioria dos suplementos vitamínicos são racêmicos ou seja, possuem isômeros levogiro e dextrogiro. Isso é um problema, pois a maioria das moléculas biológicas possui isômeros ópticos dextrogiro.
É comum eles serem chamados de isômeros D e L, de direita e esquerda. É chamado de racêmico quando você tem isômeros levogiro e dextrogiro presentes. Biologicamente, no geral há apenas um isômero óptico que funciona bem, e com a vitamina E é o isômero D que funciona no corpo, enquanto o isômero L é inútil.
No entanto, nos suplementos sintéticos, 50% da vitamina E é composta pelo isômero L inútil. Para piorar ainda mais a situação, muitas versões sintéticas utilizam um éster de vitamina E, que possui apenas cerca de 50% da atividade do produto natural. Assim, a atividade total de muitos suplementos de vitamina E é reduzida em 75%.
Portanto, o primeiro passo para identificar suplementos saudáveis de vitamina E é certificar-se de que você está ingerindo vitamina E real e não sintética. O que você está procurando é o “d alfa tocoferol”. Este é o isômero D puro, que é o que seu corpo pode usar. O alfa-tocoferol sintético é listado com um “dl” (ou seja, dl-alfa-tocoferol).
Existem também outros isômeros da vitamina E, e é melhor ter o espectro completo de tocotrienóis. Em específico os tipos beta, gama e delta da vitamina E, no isômero D eficaz.
Outro problema potencial é que se você tomar grandes quantidades de alfa-tocoferol isoladas, isso poderá esgotar os outros tocoferóis e tocotrienóis do seu corpo. Isso é verdade quer você esteja tomando o natural ou sintético, então recomendo procurar um suplemento alimentar que tenha um equilíbrio de todos os oito tipos de vitamina E (quatro tocoferóis e quatro tocotrienóis).
Também procure um suplemento que seja livre de soja, derivados de óleo de soja e ingredientes geneticamente modificados (GM). Os ingredientes GM mais comuns encontrados nos suplementos são os derivados de milho, soja e algodão.
Sua Melhor Fonte de Vitamina E
É melhor tomar suplementos como um complemento somente se você precisar deles, e não para substituir uma dieta saudável. Uma maneira de avaliar sua necessidade de vitamina E ou outros suplementos é usar um rastreador de nutrientes, como Cronometer.com/Mercola, que é o mais preciso do mercado devido à sua decisão de eliminar dados imprecisos de fontes não confiáveis. Está disponível de forma gratuita.
É fácil obter a vitamina E através de uma dieta saudável, portanto, antes de tomar um suplemento, considere incluir mais alimentos ricos em vitamina E na sua dieta. A vitamina E é sintetizada pelas plantas e as maiores quantidades são encontradas nos óleos vegetais.
No entanto, embora algumas autoridades de saúde recomendem o óleo de canola como uma boa fonte, ele é na verdade uma fonte terrível devido ao seu alto teor de ácido linoleico. O feijão – outra boa fonte de vitamina E – também pode ser problemático para muitos devido ao seu alto teor de lectina.
Uma das melhores fontes naturais saudáveis de vitamina E seriam os ruminantes alimentados com capim, como a carne bovina ou de bisão. Uma porção normal pode fornecer vitamina E suficiente para te proteger contra o estresse oxidativo do ácido linoleico em uma dieta de baixo teor de AL. Se você tem uma dieta rica em ácido linoleico já faz algum tempo, como a maioria das pessoas, então você vai querer considerar um suplemento com cerca de 100 unidades de vitamina E que atenda aos critérios da seção acima.
Evite suplementos que não atendam a esses critérios ou com doses muito mais altas de vitamina E, pois mais nem sempre é melhor, e isso pode ter efeitos contraproducentes.
Fonte: mercola