Todos os dias, os oceanos recebem o equivalente a 2 mil caminhões cheios de plástico. Por ano, oito milhões de toneladas do material vão parar no mar.
E não para por aí: o aumento da temperatura da água (cortesia do aquecimento global) afeta correntes marítimas e a vida de milhares de espécies. A crise climática também aumenta o nível do mar em algumas regiões, comprometendo ecossistemas costeiros.
Em resumo, a coisa tá feia. E não faltam pesquisas para analisar em detalhes os problemas debaixo d´água. É o caso da empresa de tecnologia Aquaai, que recentemente desenvolveu drones aquáticos gigantes para monitorar e coletar as informações no oceano em tempo real.
E o mais curioso: eles são revestidos por um neoprene (um tipo de borracha sintética) nas cores branco, preto e laranja. Ou seja: uma camuflagem de peixe-palhaço. Nemo ficaria orgulhoso.
Monitoramentos aquáticos não são novidade, claro. Mas os sensores costumam ficar instalados em lugares fixos, e não conseguem, por exemplo, acompanhar todo o comportamento de cardumes de peixes e o seu vaivém.
Essa é a grande diferença do drone da Aquaai. Com 1,3 metros de comprimento e 30 quilos, o robô é alimentado por baterias, que acionam nadadeiras para se locomover. Câmeras e sensores medem níveis de oxigênio, salinidade e pH da água, entre outras métricas.
O objetivo do Nemo gigante é se integrar aos habitats marinhos de forma mais natural. Ele será utilizado para coletar dados em regiões que os sensores de monitoramento fixos atuais não conseguem alcançar – tudo isso nadando entre os animais.
O peixe-drone foi construído por Simeon Pieterkosky, co-fundador da Aquaai. Sua experiência em construir robôs veio do seu trabalho com bonecos animatrônicos para filmes de terror. O robô foi utilizado na Califórnia e na Noruega, onde a empresa possui instalações, e operou tanto em água doce quanto salgada.
Os desenvolvedores da empresa acreditam que o drone possa ser usado ainda para outras atividades, como o gerenciamento sustentável de água e análise da saúde dos corais. A ideia é que, no futuro, o monitoramento marinho possa ser feito de forma cada vez mais automatizada.
Fonte: abril