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Manteiga: aliada da imunidade e da tireoide saudável

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Ingrediente clássico nas cozinhas ao redor do mundo, a manteiga é mais do que apenas um delicioso complemento dos pratos. Ela pode oferecer uma série de benefícios para saúde se consumida sem exageros.

A seguir, entenda melhor como esse alimento pode ser seu aliado.

Benefícios da manteiga

1. Faz bem para os olhos

Apesar de grande parte da composição da manteiga ser de gordura, ela também oferece alguns nutrientes, como vitamina A, importante para a saúde dos olhos e da pele. Para se ter ideia, uma colher (sopa) de manteiga fornece cerca de 10% do valor diário recomendado desse nutriente.

2. Cuida da saúde da tireoide

A vitamina A também é indispensável para o funcionamento da glândula tireoide e os hormônios produzidos por ela (T3 e T4), que regulam o metabolismo, o crescimento e o desenvolvimento do corpo, e influenciam em várias funções corporais, desde a taxa metabólica basal até o funcionamento dos órgãos.

3. Contribui para uma melhor imunidade

Além da vitamina A, que ajuda a reforçar o sistema imune, a manteiga também fornece boas quantidades de ácido linoleico conjugado (CLA, do inglês conjugated linoleic acid). Trata-se de um tipo de ácido graxo poli-insaturado com ação anti-inflamatória, encontrado naturalmente em carnes e laticínios provenientes de animais alimentados com pasto.

A vitamina A desempenha um papel na regulação do sistema imunológico e o CLA pode ter efeitos positivos sobre uma série de condições, incluindo inflamações crônicas, como a artrite. Ele atua reduzindo a produção de substâncias inflamatórias no corpo e modulando a resposta imunológica. Marcella Garcez, médica nutróloga

4. Reforça a proteção do intestino

O ácido butírico, assim como os glicoesfingolipídeos (GSL) presentes na manteiga, ainda contribuem para a saúde intestinal.

O ácido serve como fonte primária de energia para as células do cólon e desempenha um papel na manutenção da integridade da parede intestinal e na prevenção de inflamação.

Já os GSL contribuem para a formação de uma camada protetora de muco ao longo do trato intestinal, fortalecendo a barreira contra patógenos (bactérias, fungos, protozoários e vírus).

5. Atua na saúde cardiovascular

Apesar de a manteiga conter alto teor de gordura saturada, também fornece o colesterol HDL, o “bom”, que ajuda a remover o LDL, ou “colesterol ruim”, do sangue.

Algumas manteigas, especialmente as provenientes de vacas alimentadas com capim, ainda são ricas em ácidos graxos ômega 3, benéficos para a saúde do coração devido às suas propriedades anti-inflamatórias. O alimento também é uma fonte de vitaminas A e D, importantes para a saúde cardiovascular, e vitamina K2, que impede a calcificação arterial.

“No entanto, é crucial equilibrar o consumo de manteiga com outras gorduras saudáveis e manter uma dieta equilibrada para a saúde do coração”, reforça Garcez.

6. Ajuda a manter os ossos fortes

Esse é outro benefício da vitamina K2, que atua na regulação do cálcio no corpo e na incorporação do mineral nos ossos, fortalecendo-os.

7. Fornece antioxidantes

A manteiga tem minerais como cobre, zinco e manganês, que são antioxidantes importantes para a saúde geral. Eles atuam na proteção das células contra os danos causados pelos radicais livres, que contribuem para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas, como as cardíacas e o câncer.

Benefícios em estudo

Melhora a função metabólica: apesar de parecer um contrassenso por ser uma fonte de gordura, estudos indicam que a manteiga pode apoiar uma dieta de emagrecimento desde que seja consumida em quantidades moderadas. Isso também seria graças à ação do CLA, que atuaria melhorando a taxa metabólica, consequentemente aumentando a queima de gordura e reduzindo o apetite. No entanto, são necessárias mais pesquisas para validar a eficácia desse componente, uma vez que os estudos são realizados com altas doses de CLA puro.

Tem ação anticâncer: pesquisas, como a que foi publicada no periódico Carcinogenesis, fornecem evidências preliminares sugerindo que o CLA pode ter efeitos benéficos na redução do crescimento de células cancerígenas. No entanto, são necessários mais estudos para compreender completamente o papel do CLA na prevenção do câncer, assim como o mecanismo de ação envolvido nesse processo. Em algumas pesquisas, observou-se também que o ácido butírico presente na manteiga pode induzir a morte programada (apoptose) de células cancerígenas no intestino, oferecendo um potencial efeito anticancerígeno, conforme cita o artigo publicado na Nutrition Research. Mas é importante aguardar resultados adicionais e estudos mais abrangentes para determinar o verdadeiro potencial do CLA e do ácido butírico na prevenção e tratamento do câncer.

Como consumir

Incorporar manteiga em uma dieta saudável requer atenção à quantidade e frequência do seu consumo, devido ao seu alto teor de gordura saturada.

A American Heart Association sugere limitar a ingestão de gordura saturada a não mais de 13 gramas por dia em uma dieta de 2.000 calorias. Para se ter ideia, uma colher (sobremesa) rasa de manteiga contém, em média, 6,4 g de gordura saturada —quantidade que representa cerca de 50% da ingestão diária recomendada de gordura saturada.

Se você faz questão da manteiga, limite seu consumo a uma refeição, como no pão do café da manhã, ou use-a como um complemento para realçar o sabor, e não como um componente principal do prato.

Na hora da compra, verifique no rótulo quais são os ingredientes usados no produto. Algumas trazem aditivos, como corantes e realçadores de sabor. Dê preferência às manteigas que tenham apenas creme de leite, sal e, possivelmente, fermento lácteo.

Caso o nutricionista ou o médico nutrólogo restrinja o consumo de manteiga, aposte em alternativas mais saudáveis, como azeite, óleo de abacate ou ainda manteigas à base de castanhas, que podem ser usadas para adicionar sabor aos pratos sem aumentar a ingestão de gordura saturada. Marcella Garcez, médica nutróloga

Riscos e contraindicações

Embora a manteiga possa ser consumida como parte de uma dieta equilibrada, é fundamental moderar a quantidade, levando em consideração a ingestão total de gorduras saturadas e calorias diárias.

Os riscos associados ao consumo excessivo de manteiga são principalmente devido ao seu alto teor de gordura saturada, que pode levar a um aumento dos níveis de “colesterol ruim” (LDL), contribuindo para doenças cardíacas, acúmulo de gordura visceral, obesidade e até um aumento no risco de Alzheimer e demência, como mostra o artigo publicado pela American Heart Association.

Portanto, uma pessoa com níveis de colesterol e triglicérides elevados ou mesmo com sobrepeso, deve preferir alternativas mais saudáveis, como o azeite.

Nos últimos anos, as formulações das margarinas têm sido alteradas para reduzir ou eliminar as gorduras, visando torná-las mais saudáveis. “Desse modo, elas podem ser consideradas uma alternativa à manteiga, desde que a escolha da margarina seja feita com base na sua composição nutricional e finalidade de uso, e que seja parte de uma dieta equilibrada e variada”, comenta Garcez.

Algumas pessoas com intolerância à lactose conseguem consumir manteiga, mas é algo muito pessoal e que deverá ser definido após a pessoa fazer testes com o alimento. Mas já existem manteigas na versão zero lactose. Elas recebem a enzima lactase no processo de fabricação para reduzir o teor do açúcar que causa os desconfortos (estufamento e diarreia, por exemplo).

Há também a versão clarificada conhecida como manteiga ghee, que passa por um processo de aquecimento para separar os componentes líquidos e sólidos, resultando em um produto quase inteiramente composto por gordura pura, uma vez que são retiradas as proteínas e a lactose. Por isso, pode ser bem tolerada por alguns pacientes com a condição.

Já pacientes que sofrem com alergia ao leite não devem consumir a manteiga. “Apesar de ter um teor muito baixo de proteínas do leite em comparação com outros laticínios, a manteiga ainda pode conter seus traços, podendo desencadear uma resposta exagerada do organismo, que é o quadro alérgico”, alerta a nutróloga.

Fonte: Marcella Garcez, médica Nutróloga, mestre em ciências da saúde pela Escola de Medicina da PUC-PR, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) e docente do curso nacional de nutrologia da Abran.

Fonte: uol

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