A inteligência artificial generativa mal chegou ao conhecimento do grande público e já é uma realidade absoluta do ponto de vista de negócios. Segundo a consultoria Markets and Markets, este será um mercado de mais de US$ 70 bilhões até 2030. Não à toa, boa parte das empresas estão se movendo para entender como gerar valor neste admirável mundo novo, repleto de soluções que criam conteúdos em segundos e otimizam cada vez mais processos.
Como acontece sempre que uma tecnologia poderosa chega, um grupo de empresas específico sai na frente. Soluções como o chatgpt, da Open AI, que tem a Microsoft como investidora, e o Gemini, do Google, fazem a interface com usuário e são apenas a ponta do iceberg desta nova era. Em uma segunda camada, dedicada ao segmento corporativo, grandes empresas de TI se preparam para um mundo no qual negócios em setores variados farão uso da IA generativa corriqueiramente para melhorar seus serviços e produtos.
A Oracle está neste grupo e oferece recursos integrados em suas soluções na nuvem que suportam aplicações diversas das empresas. Em evento realizado na última quinta-feira (4), em São Paulo, a companhia revelou que o próximo passo neste campo é permitir que os clientes usem seus próprios dados para treinar os modelos de IA. “A melhor inteligência artificial começa com os melhores dados, no caso, os seus próprios dados”, resumiu para a plateia Mike Sicilia, vice-presidente executivo para indústrias da Oracle.
Sicilia se refere a uma etapa essencial para o avanço da IA generativa: o treinamento de modelos que utilizam técnicas de aprendizado de máquina para entender e gerar a linguagem humana. É por meio desse processo que a comunicação com um chatbot se torna possível e agradável, como a Siri ou a Alexa. Quanto mais contextualizados e qualificados forem os dados que alimentam essas máquinas, melhor tende a ser o resultado final.
“Se falarmos sobre a temperatura em determinado dia, a IA generativa tem boas respostas. Se falarmos sobre oncologia, talvez não, por isso os clientes têm que trazer seus próprios dados,” complementa o executivo.
Segundo ele, a indústria da tecnologia passou por um avanço sem precedentes nos últimos 18 meses no que se refere à capacidade de treinar os modelos de inteligência artificial generativa. Como parte dessa evolução, surgiram serviços capazes de automatizar uma série de tarefas rotineiras, inclusive em setores sensíveis, como a medicina.
No evento, Sicilia apresentou um assistente clínico da Oracle que elimina a necessidade de médicos tomarem notas ou realizarem pesquisas no computador durante a consulta, liberando tempo para dedicação máxima aos pacientes. Durante a conversa, o assistente faz anotações e já sugere próximos passos com base no contexto da fala como, por exemplo, a solicitação de exames laboratoriais. Simultaneamente, o robô também pode responder a comandos de voz para exibir informações do histórico do paciente ou resultados de exames específicos, como uma ressonância magnética, para facilitar o diagnóstico. Após a consulta, as informações e imagens são entregues ao profissional da saúde em uma ordem relevante que ajuda na definição do tratamento mais apropriado.
O assistente também fornece conteúdo para os pacientes. Por meio de comandos de voz, é possível agendar consultas, obter informações sobre procedimentos laboratoriais e estabelecer lembretes sobre quais documentos levar no próximo encontro com o médico.
Fonte: gazzconecta