O ditador da , Nicolás Maduro, rompeu a aliança até mesmo com aliados da esquerda para se manter no cargo. Desde que assumiu o poder, em 2013, o chavista tem reprimido antigos parceiros e movimentos trabalhistas do país.
Com eleições marcadas para 28 de julho, a Venezuela enfrenta problemas de autoritarismo, como a proibição de candidatos da oposição de participarem do pleito.
A impopularidade do ditador, que outrora era vista apenas entre os opositores e a imprensa independente, agora chegou a antigos aliados.
Maduro tem atacado partidos que apoiavam seu governo, como o Partido Comunista da Venezuela (PCV). A sigla é antiga apoiadora seu antecessor, Hugo Chávez, mas se afastou do atual ditador nos últimos anos.
Em agosto de 2023, Maduro desfez a antiga diretoria partidária do PCV e nomeou uma nova, com base em seus próprios critérios. A ação foi realizada por meio da Suprema Corte da Venezuela, controlada pelo ditador.
Na época, Oscar Figuera, então secretário-geral do partido, disse para a imprensa que Henry Parra, o escolhido por Maduro para presidir o PCV, não estava filiado à sigla. Ele afirmou que o processo foi uma “fraude processual”.
De acordo com o jornal Gazeta do Povo, a intervenção contra o antigo aliado também tem relação com diferenças políticas. Em 2008, por exemplo, Chávez criou uma cúpula para liderar o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Ele pretendia reunir todos os partidos aliados ao governo. Porém, naquela época, o PCV não participou do grupo, mesmo sendo apoiador do chavismo.
Em janeiro, o partido informou que o regime de Maduro estava tentando desarticular a sigla. O ditador da Venezuela teria tentado expulsar o único parlamentar do PCV da Assembleia Nacional.
Maduro tenta desarticular partidos da Venezuela
Desde 2010, as relações do partido com o governo de Maduro enfrentam problemas. A economia da Venezuela passou a ter dificuldades, e o regime realizou cortes em programas sociais, nos direitos trabalhistas e nos serviços públicos.
O PCV apoia, desde 2022, protestos de trabalhadores que reivindicam melhores condições das empresas. Segundo a organização não-governamental (ONG) Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais, com sede em Caracas, o grupo de professores manifestantes cresceu em 2023. Um manifestante ligado ao partido acabou preso em julho.
O ditador da Venezuela tem perseguido outros partidos. Desde 2020, por exemplo, o Supremo venezuelano realiza mudanças em outras siglas de centro-esquerda. Até a Cruz Vermelha do país foi alvo de alterações estruturais pelo regime de Maduro.
Fonte: revistaoeste