Em um jantar na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, na noite de terça-feira 19, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Polícia Federal está mais interessada em ações que tenham destaque na imprensa do que em combater o crime organizado.
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“A Polícia Federal, que cumpre um papel institucional forte, muitas vezes tenta se desviar do foco — que é mais midiático. O combate ao tráfico de armas, ao tráfico de drogas, ao tráfico de seres humanos no Brasil é ineficaz, é ineficiente. Ninguém quer trocar tiro com bandido, o cara quer tocar ação que dê mídia, que não tenha resistência e que não faça força”, afirmou o presidente da Câmara, durante o evento.
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A declaração foi feita depois de uma fala do empresário Luis Henrique Guimarães, presidente do conselho diretor da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e conselheiro das empresas Cosan, Moove, Compass e Vale. Ele disse que a falta de segurança é o que mais atravanca investimentos no país. “Na minha visão, hoje o maior detrimento ao investimento no Brasil não é a reforma tributária, não é a regulação – a gente pode melhorar em tudo isso —, mas é a segurança pública.”
Lira, questionado pelo Estadão, disse que cobrava um combate mais eficaz do crime organizado. “Eu estava falando que temos que combater o crime organizado. Às vezes é mais fácil combater quem não reage, isso é fato, o cara procura o mais fácil. Tem que ir para o mais difícil: fronteira, tráfico de droga, tráfico de arma, essas facções que estão dominando o Brasil”, disse ao jornal.
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Na reunião, o presidente da Câmara também criticou a falta de comunicação entre as polícias. “Os sistemas policiais brasileiros precisam se comunicar. Uma Polícia Civil que não se comunica com a Militar, que não se comunica com a Federal, que não se comunica com a Força Nacional, que não se comunica com o Exército, com as Forças Armadas não existe”, declarou. Em seguida, disse que essa falha de comunicação pode estar afetando as buscas aos dois foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Fonte: revistaoeste