O Carnaval em Campo Grande é animado, sim, senhor! Os 4 bloquinhos da cidade arrastam foliões e divertem crianças, adultos e vovôs. Conheça um pouco da história do Capivara Blasé, Cordão Valu, Farofolia, Calcinha Molhada e As Depravas ✨
Capivara Blasé
O bloco começou simples, com apenas uma tenda e um singelo tablado como palco, em 2014. Neste ano, o Capivara Blasé completa 10 anos e é considerado o maior bloquinho de Carnaval na Esplanada Ferroviária.
Uma companhia de teatro chamada “Urgente Companhia” é quem está por trás do agito, já que a capital de MS.
“O pessoal queria fazer a sua própria produção para poder curtir o Carnaval com uma qualidade técnica de som bacana, com um estilo musical animado, com respeito, com muita cultura. Mas foi criado de uma forma muito despretensiosa. Era para atender ali a companhia de teatro, alguns amigos mais próximos, e o bloco foi crescendo a cada ano (…) No primeiro ano, o bloco atendeu entre 250 e 300 pessoas em uma única tenda. Hoje atingimos uma média de 50 mil pessoas por noite”.
Angela Montelvão, produtora cultural e atriz
O Capivara Blasé ainda pensa na acessibilidade e em todas as mães, já que tem um espaço todo dedicado às crianças, cadeiras de amamentação e até banheiros exclusivos para os pequenos.
Cordão Valu
O bloco Cordão Valu é o mais tradicional de Campo Grande, e leva o nome de sua criadora. Tudo começou durante a inauguração de um bar, em 2 de dezembro de 2006. No ano seguinte, pisou pela primeira vez nas ruas. Neste 2024, ele completa 18 anos.
“Era ‘Cordão do Bar Valu’ (…) Todo mundo é bem-vindo, todo mundo é querido. É importante a gente ocupar os espaços públicos. A rua é um lugar de convívio que nós temos (…) são lugares que nós temos para nos socializar. É na rua, é nas praças que a gente se encontra, que a gente se abraça (…) Lá a gente brinca, a gente ri, a gente toma cerveja. Mas lá também a gente troca ideia, a gente conversa, a gente fala sobre o que está acontecendo. E a gente se organiza e melhora cada vez mais a nossa cidade, a nossa coletividade.”
Silvana Valu, professora e produtora cultural
Farofolia
É o maior bloco da comunidade LGBTQIA+ em Mato Grosso do Sul. No ano passado, estrearam nas ruas. O Farofolia existe graças a 6 amigos e um objetivo: criar um espaço seguro, acolhedor e de livre expressão.
“Seis produtores culturais de Campo Grande que já tinham outros projetos há anos na capital, mas que viram que se unissem forças poderiam criar algo muito maior juntos (…) Inclusão é nossa aposta, trazendo artistas gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros regionais pro palco. Nossa prioridade é dar palco para os principais artistas do cenário LGBTQIA+ do Mato Grosso do Sul. Somos um bloco feito para LGBT’s e voltado 100% para esse público. (…) Campo Grande tem pessoas que amam muito o Carnaval e não medem esforços para fazê-lo acontecer (…) precisamos de apoio, que falta muito. Precisamos que os órgãos públicos vejam quem produz como aliados e não como inimigos”.
Thallyson Perez, produtor de eventos
Calcinha Molhada
Um trio de mulheres e amigas (Camila Schneider, Raína Menezes e Renata Dias) deram vida ao bloco, que luta pelo fim do assédio e importunação. A folia boa do Calcinha Molhada é sempre na Praça Aquidauana, outro lado animado do centro de Campo Grande.
“O Bloco Calcinha Molhada nasceu em outubro de 2016, organizado por mulheres e para mulheres, com a intenção de espalhar a mensagem de um espaço seguro, da liberdade, da diversão e de um Carnaval sem assédio e com muito amor e respeito, ocupando os espaços públicos da nossa cidade (…) Para que sejam donas de seus corpos, suas roupas, suas danças e suas regras. Um espaço seguro para mulheres, acaba se tornando um espaço acolhedor também para o público LGBTQIAPN+ 9 (…) os sul-mato-grossenses têm Carnaval em sua alma”.
Raína Menezes, arquiteta e publicitária
As Depravadas
O bloco mais antigo de Campo Grande, As Depravadas, foi formado, sabe aonde? Numa mesa de bar, na rua Barão do Rio Branco, em 1990, por um grupo de jornalistas.
“Foi numa mesa ali no Bar do Zé, a gente falando sobre Carnaval (…) Lá pelas tantas, alguém disse: ‘Ah! Mas aqui não tem essa tradição’. Foi aí que juntou eu, o fotógrafo Roberto Higa, o publicitário Ariosto Mesquita, o Luiz, o saudoso jornalista Luca Maribondo, mais um monte de gente e começamos a sentir necessidade de botar o bloco na rua, literalmente. Foi então que nasceu ‘As Depravadas’”.
Maranhão Viegas, publicitário.
“(…) completa 31 anos no dia 13 de fevereiro deste ano, dia de Carnaval. Mas, como o bloco é formado essencialmente por profissionais da imprensa e muitos deles estão de plantão na data, a festa acontece sempre num sábado antes do feriado prolongado.”
Eliane Nobre, jornalista
Lá no começo, as fantasias no bloquinho seguiam uma regra: homens com adereços femininos e mulheres com peças masculinas. Atualmente, cada um vai como quer, outros mantém a tradição.
Fonte: primeirapagina