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Política

Projeto que restringe ‘saidinha’ de presidiários avança no Senado para aumentar a segurança pública

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Em votação simbólica, a Comissão de Segurança Pública do aprovou, nesta terça-feira, 6, o projeto de lei (PL) 2253/2022 que acaba com as saídas temporárias de presos em , as chamadas “saidinhas”. Agora a matéria segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“É um grande avanço, uma modernização da legislação para atender a triste realidade que passa hoje ao povo brasileiro sofrendo na mão daqueles que são de alta periculosidade e ainda assim, estavam encontrando uma brecha na lei para saírem nesses feriados e infelizmente cometerem crimes que chegou agora a morte de inocentes”, avaliou o relator do texto, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “Então, eu acho que eu vejo como favorável e é importante também que essa votação vá quanto antes para plenário.”

Os benefícios são concedidos pela Justiça a presos do sistema semiaberto que já cumpriram pelo menos um sexto da , no caso de réu primário, e um quarto da pena, em caso de reincidência, entre outros requisitos.

Como mostrou , havia a expectativa de manter o mesmo texto que veio da Câmara em 2022. No caso, a matéria acabaria com todas as hipóteses de saída no semiaberto, até mesmo para estudo e trabalho — direito garantido há quase 40 anos pela Lei de Execuções Penais.

Contudo, de todas as emendas apresentadas pelos membros da comissão, Flávio acatou apenas a emenda do senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR). Desse modo, o texto aprovado hoje mantém a saída temporária, mas com aplicação restrita aos presos em regime semiaberto que frequentem curso supletivo profissionalizante ou de instrução do ensino mé, ou superior.

“Nesse caso, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes’”, continuou o relatório. “Além disso, propõe que esse benefício, bem como o trabalho externo sem vigilância direta’, não seja concedido ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência, ou grave ameaça contra pessoa.”

A legislação brasileira, atualmente, já nega a “saidinha” para condenados por crimes hediondos com resultado de morte. O texto aprovado busca aumentar essa restrição aos casos de crimes cometidos com violência ou grave ameaça.

A Comissão de Segurança é a única do Senado que está funcionando hoje, após o retorno do recesso parlamentar. A maioria dos membros presentes pertence à oposição. Os parlamentares elogiaram Flávio pelo texto.

Apesar de falar publicamente que votariam a favor do texto, o senador Alessandro Vieira (Podemos-ES) destacou que a matéria precisa de alguns ajustes. A mesma observação foi feita pelo senador Jorge Kajuru (PSB-), que apresentou uma emenda ao texto, mas teve a sugestão negada.

O PL da “saidinha” aprovado hoje também prevê o exame criminológico, que alcança questões de ordem psicológicas e psiquiátricas, como requisito para a progressão de regime.

Após a aprovação do texto, a comissão aprovou ainda um requerimento de urgência para que o projeto vá ao plenário ainda hoje.

Desse modo, caso o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), paute o requerimento e os senadores aprovem, será escolhido um relator membro da CCJ para o texto a fim de que o tema seja apreciado pelo plenário.

Uma vez aprovado pelo plenário do Senado, o PL da “saidinha” retornará para a Câmara dos Deputados, pois o texto foi alterado na Casa Revisora.

A morte do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que (MG), trouxe o debate sobre o fim das saidinhas à tona nos últimos dias. O projeto recebeu o nome de Lei Sargento Dias em homenagem ao .

O assassino de Roger da Cunha tinha 18 registros por crimes como roubo, tráfico, falsidade ideológica, receptação, ameaças e agressão. O criminoso desfrutava da saída temporária de fim de ano. Ele não teria retornado à prisão depois de ter desfrutado do benefício.

No Estado de São Paulo, somente na virada do ano, dos 34.547 presos beneficiados com a saída temporária,1.566 não retornaram aos presídios. No Rio de Janeiro, 1.785 presos saíram das penitenciárias, e 253 não retornaram.

Desses, três são chefes do Comando , considerados criminosos de alta periculosidade: Paulo Sérgio Gomes da Silva, o “Bin Laden”, responsável pelo tráfico de drogas no Morro Santa Marta, em Botafogo; Saulo Cristiano Oliveira Dias, conhecido como “SL”, do Complexo do Chapadão; e Willian da Silva.

Atualizada em 06/02/2024, às 13h38

Fonte: revistaoeste

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