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Política

Ameaças da Câmara ao governo Lula: volta do recesso pode travar a agenda política

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A poucos dias do fim do recesso parlamentar, em 1° de fevereiro, a Câmara dos Deputados ameaça travar a agenda de projetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe. Segundo alguns congressistas do centrão, os assuntos de interesse do governo podem ser barrados no .

O motivo para a insatisfação do bloco é que o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), descumpriu diversos acordos em 2023. , em especial os recursos do Ministério da Saúde, pasta de Nísia Trindade.

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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, alguns parlamentares até defendem a demissão de Padilha. Outros, mais concessões ao centrão. No ano passado, o bloco priorizou interesses próprios e só aprovou as medidas do governo depois de várias mudanças e concessões.

Alguns dos principais partidos da Câmara se mostram alinhados com o mercado financeiro, o agronegócio, o setor empresarial e o pensamento liberal. Isso pode entrar em conflito com a agenda dita “progressista” do governo petista.

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Uma das propostas é o recente programa de estímulo à indústria, chamado Nova Indústria Brasil, com forte intervenção estatal. A decisão parte do Congresso, que escolhe autorizar, ou não, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a financiar a exportação de serviços.

Outro assunto é a tentativa do governo de reverter . Depois da aprovação da medida contra a orientação do Planalto, no ano passado, o Congresso ainda resiste às novas investidas do governo Lula.

Contudo, a equipe de Padilha argumenta que, apesar das dificuldades nas aprovações econômicas, muitas pautas da agenda de Lula receberam aprovação na Câmara, com o apoio dos deputados do centrão. Algumas, inclusive, com o desempenho do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Alguns parlamentares até defendem a demissão de Alexandre Padilha (PT), articulador político do Palácio do Planalto | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência BrasilAlguns parlamentares até defendem a demissão de Alexandre Padilha (PT), articulador político do Palácio do Planalto | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Alguns Parlamentares Até Defendem A Demissão De Alexandre Padilha (Pt), Articulador Político Do Palácio Do Planalto | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O centrão apontou para a distribuição de verbas do Ministério da Saúde. O bloco disse que a pasta fez uma distribuição desigual de recursos, o que privilegiou parlamentares de esquerda e de partidos menos alinhados ao bloco, como MDB e PSD.

Nísia é alvo constante de reclamações dos líderes do centrão, mas quase todos os parlamentares apontam Padilha como responsável. Ex-ministro da Saúde (2011-2014), ele teve influência na montagem da pasta.

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O Congresso tem 25% de ocupação da esquerda, em um total das 513 cadeiras. Por isso, o petista reiterou, ainda na transição, um acordo com Lira.

Além de apoiar a reeleição de Lira como presidente da Câmara, o governo abriu espaço para o centrão em alguns ministérios, como o do Esporte (entregue ao PP) e dos Portos e Aeroportos (dado ao Republicanos), além da presidência da Caixa Econômica Federal (a partir de uma indicação de Lira).

O governo também executou, em 2023, .

Essas ferramentas asseguraram a Lula, no decorrer do primeiro ano de governo, uma base folgada no papel, mas altamente instável, na prática.

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Fonte: revistaoeste

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