O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro () Domingos Brazão disse, em entrevista nesta terça-feira, 23, ao portal Metrópoles, que o assassinato da vereadora Marielle Franco trouxe benefícios políticos ao PSol, sigla da parlamentar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O ex-deputado estadual comentou que houve uma vitimização por parte dos membros do partido.
“Acredito que eleitoralmente isso interesse ao PSol. O PSol não faz obra, o PSol não troca lâmpada, o PSol não bota asfalto”, alegou. “O PSol não emprega na prefeitura nem em qualquer lugar. O PSol vive dessas coisas.”
Brazão foi citado em delação do ex-policial militar (PM) Ronnie Lessa como mandante do assassinato da vereadora, ocorrido em 2018.
Para o conselheiro do TCE-RJ, “ninguém tirou mais proveito da morte da Marielle do que o PSol”.”Isso é um fato. Não é porque o PSol queira se aproveitar disso. É porque vitimiza e está lá”,
Brazão ironizou o fato de que, mais uma vez, seu nome seja citado no noticiário como um suposto envolvido no crime. Ele disse que “nos últimos tempos, o Rio está vendo um enorme número de milicianos sendo presos” e que nunca teve nenhum envolvimento com esse tipo de crime.
O conselheiro também criticou o fato de que, durante quase seis anos do assassinato de Marielle, teve quase nenhum acesso aos autos dos inquéritos abertos.
“Nunca me deram acesso, alegando que não tenho relação com o caso. Não sei qual é a intenção das autoridades. Já fui investigado muitas vezes”, disse.
Sempre filiado ao MDB/PMDB, Brazão foi eleito deputado estadual por cinco mandados consecutivos. A estreia dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi em 1999, depois de um bom desempenho na eleição no ano anterior.
Ele deixou a função parlamentar em abril de 2015, quando assumiu o cargo vitalício de conselheiro do TCE-RJ.
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Essa não é a primeira vez que o nome de Brazão é ligado ao caso Marielle. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou denúncia criminal contra o já conselheiro do TCE-RJ e outras quatro pessoas.
Segundo ela, seria preciso “apurar indícios de autoria intelectual” de Brazão no duplo homicídio.
Em março de 2017, o ex-deputado foi preso ao ser alvo da Operação Quinto de Ouro, um dos desdobramentos da Lava Jato. Na época, a acusação contra ele e outros conselheiros do TCE-RJ era sobre um suposto recebimento de propina. Brazão foi solto posteriormente.
Fonte: revistaoeste