Neste domingo, 14, a organização ressaltou que terroristas do Hamas mantêm um brasileiro como refém. A entidade lembrou do caso no centésimo dia de conflito entre as forças israelenses e o grupo extremista que atua na Faixa de Gaza.
O órgão informou que de cem a 240 pessoas, inclusive o brasileiro Michel Nisenbaum, continuam em cativeiro há mais de três meses. “Ele e todos os reféns não podem ser esquecidos nem deixados para trás”, afirmou, por meio de postagem no Twitter, o StandWithUs.
Quem é o brasileiro mantido refém pelo Hamas
Michel Nisenbaum, de 59 anos, foi visto pela última vez em 7 de outubro, quando o Hamas promoveu um ataque terrorista contra Israel. Na ocasião, os extremistas assassinaram 1,2 mil pessoas e sequestraram outras 240.
O último contato do brasileiro com a família aconteceu em 7 de outubro, quando ele estava na cidade de Sderot, perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Como não houve comunicação de morte, a família tem certeza de que ele é um dos reféns. A Interpol comunicou o desaparecimento ao em 22 de outubro.
Nisenbaum é pai de duas filhas, Michal Ben David e Hen Mahluf, e avô de cinco netos. Sua mãe, Sulmira, de 86 anos, e sua irmã, Mary Shohat, de 66 anos, também moram em Israel.
Nascido em Niterói (RJ), em 1964, Nisenbaum imigrou para Israel em 1976, levado pela irmã. Ela havia ido morar no país do Oriente Médio um ano antes. Atualmente, ele tem dupla nacionalidade: é brasileiro e israelense.
Em entrevista a , a irmã dele, que mora em Beer Sheva, . Ela contou que a última vez que falou com o irmão foi em 5 de outubro, e a notícia do ataque, na manhã de 7 de outubro, foi “um choque devastador”.
A única informação que a família teve se refere ao carro que Nisenbaum estava dirigindo no dia do ataque terrorista. “Só sabemos que encontraram o carro dele todo queimado”, contou Mary. Nisenbaum ia de Sderot, onde mora, para buscar a neta dele. A criança estava com o pai, que é soldado, na base militar em Reim, na região sul israelense.
Ninenbaum planejava ser guia turístico em Israel
Segundo Mary, o irmão tinha concluído recentemente um curso de guia de turismo e queria mostrar Israel a brasileiros, outros latinos e até mesmo a israelenses. “O Michel tem um monte de amigos. Ele ajuda todo mundo que precisa de alguma coisa”, disse Mary. “O sonho dele é continuar trabalhando, viajar a Ashkelon para ver as filhas e os netos. E continuar ajudando a nossa mãe.”
Uma organização não governamental israelense que está auxiliando famílias de desaparecidos informou que o brasileiro trabalhava em Israel como motorista, entregador, vendedor e prestador de serviços de informática. A instituição ainda afirmou que ele também era voluntário na Rescue Union, em que era motorista de ambulância e guia de grupos que faziam trilhas.
Estêvão Júnior é estagiário da Revista em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli
Fonte: revistaoeste