O desembargador aposentado Sebastião Coelho, que atua como advogado em um dos processos do 8 de janeiro, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), precisa se afastar da relatoria desses casos.
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O jurista lembrou que a figura de possível vítima de um plano de assassinato é absolutamente incompatível com a de julgador do mesmo caso. Coelho se refere à .
O desembargador aposentado acredita que os advogados dos réus do 8 de janeiro vão pedir a suspeição ou o impedimento do ministro para esses casos.
“Tenho expectativa de que o senhor Alexandre de Moraes saia do processo. Se não sair, ministro, nós vamos lhe retirar. Entenda que nós vamos lhe retirar, de uma forma. O senhor vai sair desse processo, creia nisso”, declarou Coelho em uma transmissão ao vivo no domingo 7, da qual participaram a advogada Carolina Siabra e o jornalista Jorge Serrão.
Ele conjecturou que talvez essa declaração de Moraes seja uma tentativa de sair dos casos “de maneira honrosa”. “Essa história bombástica que ele soltou, dizendo que ele ia ser morto por enforcamento, quem sabe não foi uma reflexão interior dele, dizendo: ‘Eu quero sair desses processos, mas não tenho como recuar diante de tudo o que eu já fiz. Então eu vou levantar esse fato, porque os investigados vão alegar o meu impedimento ou suspeição, e eu saio do processo de forma honrosa’”, disse. “Ele pode ter feito isso para que nós [advogados] façamos as ações próprias para retirá-lo do processo e ele sair de forma honrosa”, afirmou Coelho.
‘Eventuais provas de plano de enforcamento precisam ser apresentadas imediatamente por Moraes’, afirma desembargador
Em outro trecho da live, o advogado demonstra incredulidade quanto ao suposto plano de enforcamento divulgado por Moraes. “O senhor só pode ser enforcado por sua própria língua, pelo que o senhor fala toda hora. O senhor vai apertando a corda no seu pescoço pelo que o senhor fala todos os dias. Isso pode acontecer. Agora, pelas pessoas, duvido. Isso tem que ter consequência no âmbito institucional, no âmbito político. Se essa afirmação não for verdadeira, o ministro perde toda a credibilidade”, disse Coelho.
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Por isso, o desembargador aposentado cobrou a apresentação das provas imediatamente. “Precisamos saber desde quando ele tem acesso a essa prova, porque, a partir do dia que ele teve acesso, ele não podia dar um passo sequer na condução desse inquérito”, explicou.
Coelho prosseguiu, dirigindo-se a Moraes: “Agora, ministro, não me venha com a mesma história das imagens de Roma: aqui não tem bobo. Ou o senhor mostra urgentemente ou estará encerrando qualquer resquício de juiz que alguém pudesse ver na sua pessoa”.
Fonte: revistaoeste
