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Estado Islâmico: a motivação complexa por trás do ataque surpreendente ao Irã

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O Estado Islâmico (Isis) reinvindicou a autoria do ataque a um cemitério da cidade de Kerman, no Irã, na quarta-feira 3.

O Isis tem realizado diversos atentados contra o Irã nos últimos anos. Isso motivou os Estados Unidos e outros países a realizarem operação conjunta para enfraquecer o grupo. 

De acordo com o jornalista e editor de diplomacia internacional da , Nic Robertson, uma das motivações para o ataque pode ser o ódio contra os xiitas — vertente do islamismo da qual o ditador do país, aiatolá Ali Khamenei, é adepto.

Os terroristas do Estado Islâmico têm uma orientação sunita ortodoxa. Portanto, não têm uma liderança religiosa centralizada e acreditam que os líderes religiosos são passíveis de erros.

Por isso, acreditam que o país iraniano é “politeísta”. Por serem majoritariamente xiitas, os iranianos acreditam que os imãs são líderes espirituais infalíveis, ou seja, não erram.

O Isis também aproveitou para ameaçar os xiitas, ao dizer que os “mujahideen [guerreiros] estão à espreita deles e de seus projetos”.

Por que o ataque aconteceu?

O Aaron Zelin, especialista do Instituto Washington para Políticas do Oriente Próximo, concordou com o jornalista e disse que o Estado Islâmico nutre ódio pelos xiitas. Em entrevista à agência Reuters, ele explicou que os terroristas consideram os xiitas como apóstatas e por isso realizam ataques contra o grupo no Afeganistão.

Outra motivação para o ataque, de acordo com Zelin, seria a cerimônia que ocorria durante as explosões. Os iranianos realizavam um evento sobre a morte do comandante militar Qasem Soleimani, que liderou ataques contra o Estado Islâmico.

Apesar disso, não é certo que o Isis realmente seja o responsável pelo ataque. Segundo a CNN, o grupo aumentou o número de mortes e disse que o ataque foi realizado por homens-bomba, mas as autoridades iranianas informaram que uma das bombas estava em um case, acionado remotamente.

Irã promete vingança

O primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, prometeu vingança pelo ataque, considerado o mais mortal desde a Revolução Islâmica de 1979. “Uma retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de Soleimani”, disse. 

O Corpo da Guarda Revolucionária chamou o atentado de ato covarde, “que visa a criar insegurança e procurar vingança contra o profundo amor e devoção da nação à República Islâmica”. 

O governo iraniano convocou protestos à população nesta sexta-feira, 5, quando ocorre os funerais das vítimas das explosões.

Fonte: revistaoeste

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