Também conhecida como Aloe vera, a babosa é uma planta usada para diversos fins medicinais e cosméticos. Ela é parte de cremes hidratantes, loções para pele, produtos para cabelo e pomadas para queimaduras. Além de ser uma boa decoração interior como planta de vaso.
Mas uma utilidade menos usual da babosa é como supercapacitor, um dispositivo que armazena energia como uma bateria, mas faz a troca de energia mais rapidamente.
Um grupo de pesquisadores chineses construiu um aparelho desse tipo usando apenas partes da babosa – o único material adicional foi um fio de ouro. O supercapacitor também pode ser instalado dentro de uma planta viva, para alimentar luzes ou carregar pequenos dispositivos. A pesquisa foi publicada no periódico Small.
Baterias vs. Supercapacitores
Uma bateria possui três componentes importantes: dois terminais elétricos, um positivo e o outro negativo, chamados de eletrodos, que podem ser feitos de diferentes metais; e o eletrólito, um meio químico entre os dois.
Quando um dispositivo é conectado, as reações na bateria transformam essa energia química em energia elétrica. Mais especificamente, o eletrodo negativo vai transferir elétrons para o lado positivo, e esse fluxo gera uma corrente elétrica. É assim que a bateria de íons de lítio do seu celular funciona, por exemplo.
Já os capacitores são diferentes. Eles são formados por dois eletrodos em formato de placas, que são imersas também em um eletrólito, mas separadas por uma membrana. Quando uma tensão é aplicada ao capacitor, os íons positivos do eletrólito se acumulam na placa negativa, enquanto a placa positiva acumula os íons negativos – os opostos se atraem.
A membrana entre as placas impede que esses íons carregados completem a viagem. Essa separação de cargas cria um campo elétrico entre as placas, o que carrega o capacitor. As duas placas podem manter essa energia por bastante tempo, e liberá-la muito rapidamente quando necessário. Supercapacitores são capacitores que podem armazenar cargas muito grandes.
Babosa eletrônica
Para fazer os eletrodos, os cientistas esquentaram a casca da babosa, a parte externa da folha, a altas temperaturas. A partir do carvão ativado que restou, eles fizeram as placas. A gosma viscosa do interior da planta foi congelada para fazer um aerogel, que atuou como eletrólito condutor de energia.
O pequeno supercapacitor, com 4 milímetros de diâmetro, foi instalado dentro de plantas vivas – a própria babosa, cactos bola de ouro (Echinocactus grusonii) e suculentas (Pachyphytum oviferum). Os pesquisadores então usaram painéis solares para carregar os capacitores das plantas ou, segundo seu artigo, as e-plantas.
Com a energia acumulada, as “plantas eletrônicas” conseguiram servir como fonte de energia para pequenas lâmpadas e relógios digitais. Por ora, sua capacidade de armazenamento limitada é suficiente apenas para isso, dispositivos de baixo consumo de energia.
Fonte: abril