O live-action de acaba de estrear nos cinemas, e , como mulher preta no papel de Ariel, uma das princesas mais clássicas da Disney, traz uma representatividade fundamental para novas gerações. No filme, a atriz aparece de cabelo vermelho, característica marcante da personagem, mas não abandona seus dreads e, portanto, suas raízes. Ela se tornou uma inspiração para crianças e adolescentes negras que, pouco tempo atrás, não se identificavam com o que viam nas telas.
Em entrevista à Variety em 2019, Halle já tinha falado sobre críticas negativas que surgiram após o anúncio de que ela interpretaria Ariel. “Não presto atenção à negatividade. Eu sinto que esse papel é algo maior do que eu. Vai ser lindo e estou muito animada em fazer parte disso.”
A foi à pré-estreia da produção e participou de uma conversa sobre a importância do reconhecimento e da identificação, que contou com a presença de Laura Castro, dubladora de Ariel e da , a influenciadora Bielle Elizabeth e a professora e ativista Grazi Mendes, com organização de Seda Boom. “Temos que falar da importância da , porque vi muita polêmica na internet sobre a cor da pele da Ariel, sobre os dreads da personagem, e as discussões mostram muito sobre a nossa sociedade”, afirmou Laura. “Eu lembro a emoção que foi ver a Tiana como a primeira princesa preta da Disney, o quão feliz eu fiquei, ela virou tema do meu aniversário, eu cantava as músicas dela, porque, afinal, eu poderia sim ser uma princesa. Eu posso ser o que eu quiser ser. E é mágico saber que uma criança preta pode olhar uma personagem do cinema e se identificar, porque isso cria sonhos e possibilidades dentro dela“, completou a atriz.
Bielle revelou o que sonha para um futuro mais diverso e com mulheres pretas ocupando todos os espaços possíveis. “Eu sonho que mulheres exatamente como eu, gordas, retintas, pretas, possam ocupar o mercado de luxo. Eu quero ser reconhecida e eu quero que as mulheres como eu sejam reconhecidas não só pelo humor. A gente é a engraçada do rolê, mas também a gente é a elegante do rolê. A gente é capaz de prospectar, de entregar luxo, elegância e beleza, além de outro tantos fatores que temos dentro de nós. Eu quero desfilar nas passarelas e eu quero ser um ícone de beleza. Eu preciso que meninas de 16 anos que são gordas, pretas, crespas, que têm traços negroides de fato também possam se enxergar dentro desse mercado.”
Bruna Nunes, estagiária de comportamento da CH, também compartilha experiência após ouvir o papo e assistir ao filme. “Laura Castro contou um relato sobre sonhar em ser branquinha do cabelo liso quando criança. Eu já sonhei com isso inúmeras vezes quando era mais nova, porque eu não me via nos filmes de princesa. E, quando surgiu a Tiana, aquilo já fez diferença para mim. Na época, pensei: ‘Uma princesa com o cabelo parecido com o meu? Que demais!’. Sei que tenho a pele mais clara e, por isso, muitos privilégios, mas também sei que não posso apagar a minha identidade.”
“Em outro momento, a Bielle disse que pegava uma camiseta amarela e prendia no cabelo para fingir que era longo e liso. Assim como eu, muitas meninas na sala sentiram junto com ela. Quantas de nós já fizemos isso? Isso é para mostrar o quanto a representatividade fez falta em um passado não tão distante e quanto ver pessoas e princesas da Disney semelhantes a nós pode mudar a nossa . Se até princesas são negras, de cabelo crespo, com dreads, por que eu não seria linda por ser assim também?”, finalizou Bruna.
A Pequena Sereia já está nos cinemas, e a gente garante que vai te emocionar muito! Bora assistir? <3
Fonte: capricho