O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que deve haver déficit orçamentário ano que vem se for preciso. O parlamentar deu a declaração no sábado 9, durante a Conferência Eleitoral do Partido dos Trabalhadores, em Brasília
O deputado avaliou que a busca pela meta de zerar o rombo das contas públicas pode fazer com que a sigla perca as eleições municipais. Ele disse ainda que é necessário “mobilizar bem” a militância para que a legenda saia vitoriosa na disputa pelas prefeituras em 2024.
“Estava ali, conversando com a presidente Gleisi Hoffmann”, disse. “Se tiver de fazer déficit, vamos ter de fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024.”
No mesmo evento, Gleisi e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discordaram sobre o rumo da política econômica do governo. Depois de a presidente do PT criticar a meta de acabar com o rombo fiscal, o chefe da equipe econômica disse que “não é verdade” que o déficit nas contas públicas gera crescimento. “Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia”, declarou Haddad.
O motivo da cisão dentro do governo
A disputa no governo em torno da meta fiscal esquentou no fim de outubro, quando Lula disse que “dificilmente” o governo conseguiria zerar o rombo das contas públicas em 2024. Diante dessa declaração, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, aumentou a pressão para uma mudança na meta para um déficit de 0,50% no ano que vem.
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No entanto, Haddad conseguiu convencer o presidente da República a manter a meta zero pelo menos até março, enquanto tenta aprovar no Congresso projetos que aumentem a arrecadação.
“Precisamos mobilizar bem”, disse Guimarães. “É claro que o governo Lula tem uma responsabilidade fiscal muito grande. Todo mundo sabe disso. Agora, temos um problema.”
Guimarães já recebeu honraria da Marinha do Brasil
A Marinha do Brasil concedeu a ao deputado José Guimarães (PT-CE), que, há 17 anos, teve um assessor pego com US$ 100 mil escondidos na cueca e mais de R$ 200 mil numa mala, no Aeroporto de Congonhas.
A cerimônia de entrega da honraria — a segunda maior da Marinha — ocorreu em 17 de julho, na sede do Clube Naval, em Brasília. Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes da base petista no Congresso Nacional também foram agraciados.
Militares consultados por Oeste explicaram que o objetivo da honraria é prestigiar militares do mar ou cidadãos que prestaram importantes serviços ao país ou que tenham se destacado em sua área de atuação.
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“Não sei o que aqueles dois agraciados possam ter feito em benefício das instituições militares”, disse um general da reserva, em caráter reservado, sobre Guimarães e Camilo Santana, ministro da Educação.
Quem é o assessor do deputado petista que foi pego com dinheiro na cueca?
Há 17 anos, um assessor parlamentar de Guimarães, José Adalberto Vieira da Silva, . O episódio levou à saída de José Genoino, irmão de Guimarães, da direção do PT.
Em 2021, o juiz Danilo Fontenele Sampaio, da 11ª Vara Federal do Ceará, reconheceu a prescrição do caso tanto para o parlamentar quanto para o assessor. O magistrado determinou a extinção da possibilidade de qualquer punição criminal, por falta de provas.
Esse caso foi parar na Justiça Eleitoral do Ceará, depois que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, declarou a incompetência da Corte para processar e julgar a ação.
O episódio, conhecido como “caso dos dólares na cueca”, ocorreu em 8 de julho de 2005, em meio aos desdobramento do escândalo do Mensalão. Genoino renunciou à direção do PT dois dias depois da prisão de Vieira da Silva, que, na época, era assessor parlamentar de Guimarães, então deputado estadual pelo Ceará e presidente do PT no Estado.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Fonte: revistaoeste