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Economia

Crise no setor imobiliário da China pode ter impacto a longo prazo; entenda as possíveis consequências

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A China enfrenta um grave problema no setor imobiliário, que levará anos para ser resolvido, de acordo com a análise da economista líder da Oxford Economics, Louise Loo.

Loo descobriu que levará pelo menos de quatro a seis anos para os incorporadores imobiliários na China completarem propriedades residenciais inacabadas.

A análise foi feita com os dados nacionais do país — seja com base em estimativas oficiais de estoque não vendido ou na relação construção-venda.

Isso significa que os esforços para aumentar o financiamento aos incorporadores e outras iniciativas para resolver os problemas do mercado imobiliário chinês não abordam diretamente a maior questão: a das casas inacabadas.

“De qualquer forma que se analise os dados, o excesso de oferta existente no mercado provavelmente levará pelo menos mais quatro anos para ser resolvido, na ausência de um aumento significativo na demanda”, disse Loo, em um relatório.

A Oxford Economics anunciou que vai haver um webinar online sobre o assunto chinês, com Louise Loo

Na China, os apartamentos normalmente são vendidos antes da conclusão — o que torna crítico para as incorporadoras, que devem terminar a construção das casas se quiserem vender mais.

As dificuldades de financiamento e outros problemas significam que as incorporadoras tiveram de atrasar os prazos de entrega das casas — desencorajando futuras vendas de imóveis.

Em algumas Províncias, os problemas vão levar de dez a vinte anos para serem resolvidos, diz Loo

Em caso extremo, a construção residencial na Província de Guizhou poderia levar mais de 20 anos para ser concluída, disse Loo por e-mail à rede de televisão CNBC.

Além disso, ela acrescentou que provavelmente levará pelo menos dez anos em várias outras Províncias, como Jiangxi e Hebei.

A instituição financeira Nomura estimou no mês passado que o tamanho das casas pré-vendidas e inacabadas na China é cerca de 20 vezes o tamanho do incorporador imobiliário Country Garden.

O setor imobiliário e setores relacionados representam cerca de um quinto a um quarto da economia chinesa.

Agência de classificação de risco rebaixa nota da China

A agência de classificação Moody’s disse, na última terça-feira, 5, que espera que essa participação na economia chinesa diminua.

No entanto, a empresa informou que a queda resultante nas vendas de propriedades significa que os governos locais podem enfrentar dificuldades financeiras — se não conseguirem compensar aquele que tem representado mais de um terço da receita do país.

A agência rebaixou sua perspectiva sobre as classificações de crédito do governo chinês de estável para negativa, na última terça-feira, 5. A Moody’s espera que o PIB da China desacelere para um crescimento de 4% em 2024 e 2025 e uma média de 3,8% ao ano de 2026 a 2030.

Apesar dos persistentes problemas do mercado imobiliário, Loo, da Oxford Economics, não espera um transbordamento significativo para o resto da economia chinesa.

“Acredito que a desaceleração do mercado imobiliário na China seguirá um caminho diferente do que ocorreu nos EUA, Espanha ou Irlanda há 10 ou 15 anos, e é improvável que desencadeie uma crise financeira mais ampla”, disse ela.

Nessas situações, a queda dos preços das casas, falhas hipotecárias e empréstimos bancários estavam interligados, disse Loo, ao ressaltar a diferença na China.

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Fonte: revistaoeste

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