O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (). A escolha foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 27. A cadeira da Corte está vaga desde o fim de setembro, quando Rosa Weber se aposentou.
+ Leia mais notícias da Política em Oeste
Com isso, Lula mais uma vez deixou de lado sua promessa de que, no seu governo, a “desigualdade” entre homens e mulheres “acabaria”. Com a indicação de Dino, ele, novamente, escolhe um homem para uma vaga então ocupada por uma mulher
Em 8 de março, Lula afirmou que precisaria “mudar políticas, mentalidades e todo um sistema construído para perpetuar privilégios dos homens”.
No entanto, em 11 meses desde que voltou à Presidência da República, Lula demitiu três mulheres em cargos de confiança. O petista dispensou as ministras Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esporte). Além disso, ele tirou Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal.
Nos três casos, Dino escolheu homens para os cargos. Em julho, o deputado federal Celso Sabino (União-PA) , no lugar de Daniela. Já em setembro foi a vez de Ana ser trocada pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA). Por fim, neste mês, Carlos Antônio Vieira Fernandes tomou posse como o mais novo presidente da Caixa Econômica Federal, no lugar da demitida Rita.
Indicado por Lula, Dino deve ser sabatinado na semana de 12 a 15 de dezembro, diz Pacheco
De acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Dino deve ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) entre 12 e 15 de dezembro.
Em geral, depois de a CCJ chancelar o nome, o indicado segue diretamente para o plenário do Senado, onde precisa dos votos de 41 dos 81 senadores para ser aprovado. Em caso de rejeição, caberá a Lula indicar outra pessoa para o Supremo.
“Para todas essas indicações, estabelecemos um esforço concentrado entre 12 e 15 de dezembro para a presença física dos senadores”, disse Pacheco. “Considerando que a apreciação se dá por voto secreto, principalmente pela presença física dos senadores.”
A indicação dele para o STF ocorre mesmo diante da denúncia de que dois assessores dele receberam, em pleno Palácio da Justiça, a mulher conhecida por ser a “Dama do Tráfico”.
Leia também: “Um governo misógino”, reportagem de Rute Moraes e Marina Agostine publicada na Edição 189 da Revista Oeste
Fonte: revistaoeste