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Descobertas científicas mostram a promessa dos psicodélicos no tratamento de doenças terminais

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As doenças terminais prejudicam a saúde física e psicológica dos pacientes. A dor crônica e saber que a condição não tem cura geram forte impacto negativo na qualidade de vida. Felizmente, a medicina paliativa tem feito avanços importantes nesse sentido, e uma das mais promissoras é a que relaciona psicodélicos e doenças terminais.

Essas substâncias que alteram a cognição, a percepção e o estado de consciência podem proporcionar o alívio necessário se usadas adequadamente. Não reverteriam o quadro, mas melhorariam os sintomas de ansiedade, depressão ou angústia existencial tão presentes nas fases finais.

O potencial terapêutico dos psicodélicos

Os psicodélicos são substâncias psicotrópicas que induzem um estado alterado de consciência. Se outras drogas modificam a experiência em termos quantitativos (como estimulantes que aceleram o corpo ou depressores que o retardam), neste caso produz-se uma mudança qualitativa, aproximando a pessoa de estados semelhantes ao sono, ao transe ou à meditação.

Essas substâncias têm sido usadas para fins curativos há milhares de anos em várias populações indígenas. A medicina ocidental até os investiga como uma ajuda para diferentes distúrbios psicológicos. E, embora essa exploração tenha parado por um tempo, o interesse científico por ela ressurgiu nas últimas décadas.

Agora, como essas substâncias funcionam? A pesquisa a esse respeito sugere que os psicodélicos modificam o cérebro tanto em nível estrutural quanto funcional. Especificamente, um estudo realizado em animais e publicado no Cell Reports descobriu que essas drogas promovem a plasticidade cerebral, tornando os neurônios mais propensos a se ramificar e se conectar uns com os outros.

Além disso, outra análise relatada na European Neuropsychopharmacology sugere que o uso prolongado de psicodélicos está correlacionado com diferenças significativas na espessura cortical em algumas áreas do cérebro.

Em particular, essas mudanças afetariam as áreas associadas aos processos de atenção, pensamento autorreferencial e processamento mental interno, o que explica as mudanças de personalidade relatadas pelos consumidores.

Para muitas pessoas, os psicodélicos constituem uma experiência transcendental que gera mudanças significativas em seu bem-estar emocional. Isso é afirmado em um artigo publicado pela Psychopharmacology.

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Embora os psicodélicos não revertam o diagnóstico, eles aliviariam os sintomas de angústia, ansiedade e depressão.

Psicodélicos e doenças terminais

Os psicodélicos podem ajudar aqueles com uma doença terminal? Na ausência de tratamento ou cura, o objetivo dos cuidados paliativos nesses casos é preservar ao máximo a qualidade de vida dos pacientes e promover uma morte digna. Assim, essas substâncias psicotrópicas contribuiriam em diferentes aspectos.

Primeiro, elas são eficazes no tratamento de sintomas de ansiedade e depressão em pacientes com doenças potencialmente fatais. Por exemplo, um estudo relatado na BMC psychiatry descobriu que, mesmo em doses únicas, os psicodélicos oferecem reduções rápidas e sustentadas dos sintomas em pacientes com câncer terminal.

Isso pode se dever à sua capacidade de promover a plasticidade neuronal mencionada no estudo de Cell Report. Este mesmo trabalho descobriu que em casos de depressão são observadas transformações estruturais ou atrofia no córtex pré-frontal cerebral, algo que também ocorre na ansiedade, nos vícios e no estresse pós-traumático.

Dessa forma, os psicodélicos, ao promoverem o crescimento de neuritos (dendritos ou axônios do neurônio) impedem esses processos.

Por outro lado, uma revisão sistemática também publicada na Psychopharmacology sugere que os psicodélicos têm efeitos positivos no bem-estar existencial e espiritual, na qualidade de vida e na aceitação em pacientes com doenças terminais. Esses efeitos são alcançados com poucas reações adversas e nenhuma grave.

Como usar psicodélicos para doenças terminais?

Essas substâncias têm sido investigadas como tratamento paliativo em doenças terminais como câncer, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática e esclerose lateral amiotrófica (ELA), entre outras. Além disso, são vários os psicodélicos postos à prova, destacando-se principalmente a psilocibina, a cetamina e o MDMA, aponta um artigo no Journal of palliative medicine.

No entanto, os poucos efeitos adversos e de curta duração podem ser substanciais. Por isso, é importante que os psicodélicos sejam sempre administrados sob a supervisão de um profissional que possa detectar se a pessoa está apta para o referido medicamento e garantir a segurança da experiência em ambiente preparado e controlado.

Uma publicação compartilhada pelo Centro para o Avanço dos Cuidados Paliativos destaca quais seriam as condições seguras nas terapias assistidas por psicodélicos. São mencionados cinco aspectos específicos:

  • Ambiente físico confortável e relaxante.
  • Avaliação individualizada do paciente.
  • Acompanhamento qualificado durante a sessão.
  • Preparação que informa e promove uma mentalidade positiva.
  • Conselhos após a terapia para dar sentido à experiência.

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Minimizar o sofrimento emocional em pacientes terminais seria um dos propósitos do tratamento psicodélico.

Alternativa interessante e promissora

Em suma, a associação entre psicodélicos e doenças terminais parece promissora. Embora atualmente usados principalmente para fins de pesquisa, é provável que no futuro os psicodélicos se estabeleçam como um caminho útil dentro da medicina paliativa.

Além da dor física, é o sofrimento emocional e espiritual que mais angustia essas pessoas e reduz sua qualidade de vida. Por isso, o uso controlado e supervisionado dessas substâncias pode ser uma alternativa interessante.

Fonte: amenteemaravilhosa

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