No quarto, elas colocaram uma parede com quadros pintados por crianças autistas, celebrando a singularidade de cada indivíduo. Outro aspecto notável do espaço é um quadro para organizar o dia, uma ferramenta valiosa para ajudar na rotina de quem está no espectro.
Esse detalhe ressalta o compromisso das arquitetas com a funcionalidade do ambiente, mostrando que a inclusão vai além do aspecto visual e se estende ao dia a dia das pessoas com autismo.
“Quando iniciamos a concepção do ambiente, tínhamos em mente a importância de criar um espaço que fosse verdadeiramente inclusivo. Nosso objetivo era proporcionar um lugar onde as pessoas com TEA pudessem se sentir acolhidas e compreendidas. Cada elemento deste quarto foi cuidadosamente escolhido para respeitar a sensibilidade sensorial desse grupo e permitir que eles desfrutem de um ambiente tranquilo e estimulante”, pontuou Bruna Castelli.
Mãe de uma criança autista, Camila Bernal Barreto visitou o quarto na Casacor e ficou emocionada ao entrar no espaço. Ela explicou que a sensibilidade sensorial faz com que as pessoas que estão no espectro sintam todos os ruídos e barulhos de um ambiente de uma vez só.
“É muito importante pensarem em espaços para autistas porque eles têm dificuldades sensoriais. Todos os barulhos e ruídos de um ambiente eles sentem de uma vez só, e quando eles estão em um local com muitas pessoas, barulhos e luzes, eles sentem um turbilhão de estímulos de uma vez só, e podem entrar em crise. Cores fortes, luzes intensas, a disposição dos móveis, a cor do ambiente e até as conversas, tudo isso pode causar uma sobrecarga sensorial, levando-os a uma crise”.