📝RESUMO DA MATÉRIA
- Inalar mentol pode melhorar a cognição em animais com doenças neurodegenerativas e espécimes saudáveis, segundo descobertas de pesquisadores que buscam a conexão entre sistema nervoso central e o olfato
- Os dados apresentados demonstram que o mentol pode ter um potencial benefício nas doenças do sistema nervoso central e na modulação da saúde imunológica
- Assim como o olíbano e o hortelã-pimenta, o mentol é um óleo essencial de aromaterapia popular
- O óleo de hortelã-pimenta é com frequência ligado ao alívio de dores, sintomas estomacais, controle da fadiga mental, estresse e sintomas respiratórios
- Já o óleo de olíbano pode ajudar a reduzir sintomas de intestino irritável e colite ulcerosa, por ter propriedades anti-inflamatórias
🩺Por Dr. Mercola
Um artigo publicado na Frontiers of Immunology por pesquisadores da Universidade Cima de Navarra demonstrou que inalar mentou pode melhorar a cognição em cobaias animais que sofrem de doenças neurodegenerativas. Mais uma camada de evidências oferecida por este estudo de aromaterapia demonstra que inalar um perfume ou absorver componentes de óleos essenciais através da pele, ou do sistema olfativo, pode ser benéfico para cérebro e para o corpo.
Os consumidores dos EUA gastaram um bilhão de dólares em óleos essenciais em 2015 e esse valor cresceu para 4,6 bilhões em 2022. Em 2030, os especialistas estimam que o mercado atingirá 9,85 bilhões de dólares.
A história do benefício das plantas aromáticas remonta a milhares de anos, embora o termo aromaterapia não tenha sido usado até o fim da década de 20. Romanos, gregos, chineses e egípcios antigos usavam óleos essenciais em seus medicamentos e cosméticos. Hoje, a aromaterapia é usada por profissionais que trabalham com pacientes com diversos problemas de saúde e os auxiliam a tratar suas condições em casa.
Os dados sugerem que essa prática simples pode melhorar a função cognitiva em pacientes com Alzheimer.
O desempenho cognitivo melhora com a inalação do mentol
Os pesquisadores procuraram investigar a ligação entre sistema imunológico, sistema nervoso central e sistema olfativo. Pesquisas anteriores demonstraram interações complexas o cérebro e o sistema olfativo, incluindo estudos que mostram a ligação entre a perda do olfato e sintomas da doença de Alzheimer.
Em comunicado à imprensa, o doutor Juan José Lasarte, diretor do Programa de Imunologia e Imunoterapia do Cima e principal autor da investigação, comentou:
“Nos concentramos no papel do sistema olfativo nos sistemas imunológico e nervoso central e confirmamos que o odor do mentol é imunoestimulantes em cobaias animais. No entanto, observamos com certa surpresa que exposições por curtas ao mentol durante meio ano preveniram a queda cognitiva nos ratos com Alzheimer e melhoraram a cognição de ratos saudáveis jovens.”
Para analisar o impacto no sistema imunológico e na capacidade cognitiva, os pesquisadores optaram por mentol, um composto natural encontrado em folhas de hortelã e hortelã-pimenta. Os investigadores avaliaram a resposta imune e o declínio na cognição típica de uma cobaia com a doença de Alzheimer após exposições breves e frequentes ao mentol.
O organismo apresentou a diminuição dos níveis de uma proteína chave no processo inflamatório, a interleucina-1-beta, quando o animal detectou o cheiro. Ao tratar os ratos com exposição ao mentol durante uma semana, todos os meses durante 6 meses comprometimento cognitivo na cobaia foi evitado.
Os pesquisadores também usaram um medicamento para suprimir a mesma proteína, aprovado para tratamento de doenças autoimunes, que também demonstrou uma melhoria na capacidade cognitiva de ratos com Alzheimer e em cobaias saudáveis. Eles chegaram a seguinte conclusão:
“Os dados sugeriram uma relação entre capacidade imunomoduladoras dos odores e seu impacto nas funções cognitivas das cobaias, destacando o potencial dos cheiros e dos moduladores imunológicos como agentes terapêuticos para doenças ligadas ao CNS.”
Outro pesquisador do estudo observou que os dados que demonstram uma conexão entre os sistemas olfativo, nervoso central e imunológico e sugerem que os moduladores imunológicos e os odores podem desempenhar um papel importante na prevenção e alívio de doenças do sistema nervoso central.
Nem todos os aromas são agentes terapêuticos
Os dados da pesquisa destacam o potencial específico de aromas de óleos essenciais como possíveis agentes terapêuticos no impacto nas doenças e na modulação da fisiologia. O efeito terapêutico dos óleos essenciais analisados não são novidade. Uma pesquisa de 2017 encontrou evidências de que os compostos dos óleos essenciais têm uma ação semelhante à analgésica, sendo assim promissores no desenvolvimento de produtos para alívio da dor.
A aromaterapia também é usada para aliviar a depressão, reduzir ansiedade e estresse e ainda têm efeito benéfico sobre a obesidade. Usar o óleo essencial de erva-doce em um modelo animal resultou numa melhora no metabolismo lipídico e a diminuição dos níveis de insulina. Isso indica que a saúde cardiovascular pode ser afetada pela inalação do óleo essencial de erva-doce, bem como outras disfunções relacionadas com a obesidade.
A aromaterapia e seu poder curativo
Odores são conhecidos por desencadear memórias, também conhecidas como memórias olfativas, e pode ter uma influência poderosa no seu bem-estar. Odores são melhores do que imagens para desencadear memórias. Um exemplo disso é sentir o perfume que sua mãe usava em outra mulher, o que pode trazer fortes emoções e memórias ligadas a mãe.
Para aproveitar o poder olfativo para a cura, a aromaterapia usa óleos essenciais concentrados de uma variedade de plantas. Os óleos essenciais carregam componentes voláteis e extremamente concentrados que são biologicamente ativos.
A Hortelã-pimenta e o incenso são dois deles. Os pesquisadores demonstraram através do estudo como o mentol melhorou a cognição das cobaias de laboratório. O mentol é o principal ingrediente ativo da hortelã-pimenta.
São das folhas do hortelã-pimenta que deriva um dos óleos mais famosos da aromaterapia. Ele é eficaz no alívio de náuseas e amplamente utilizado como remédio caseiro para problemas estomacais. Os estudos também mostram que o óleo de hortelã-pimenta possui propriedades antimicrobiana, analgésicas, antivirais, antifúngicas, radioprotetoras, antioxidantes e anti-edema e pode:
- Aliviar problemas estomacais —O óleo de hortelã-pimenta pode aliviar a indigestão, distensão abdominal e cólicas estomacais, é eficaz na melhoria da síndrome do intestino irritável, além de aliviar a dispepsia funcional.
- Aliviar problemas respiratórios — O óleo de hortelã-pimenta tem propriedades descongestionantes e expectorantes24 que podem ajudar a limpar o muco do trato respiratório.
- Aliviar a dor –Adicionado a uma mistura de óleo de massagem ou à água do banho, o óleo de hortelã-pimenta pode ajudar a aliviar os músculos doloridos. Algumas pessoas podem sentir alívio nas dores de cabeça usando algumas gotas de óleo com o transportador no pulso e inalando.
- Gerenciar o estresse e a fadiga mental – Conforme demonstrado em estudo com animais, estudos sugerem que o óleo essencial tem efeito semelhante aos psicostimulantes, ajudando a controlar o estresse e a fadiga mental.
Um segundo óleo essencial que se destaca é olíbano, chamado geralmente como o Rei dos Óleos. Surpreendentemente, muitos acreditam nos poderes curativos encontrados no óleo essencial e o estudo demonstra vários benefícios, incluindo a redução de condições inflamatórias, efeitos anti-inflamatórios na colite ulcerosa e na síndrome do intestino irritável, redução do risco de asma e um efeito antiproliferativo em tumores.
Você pode escolher usar óleo de olíbano com umas gotas de seu óleo carreador favorito, adicioná-lo em uma compressa quente ou no banho. Certifique-se sempre de que o dispositivo seja feito para óleos essenciais ao usar um difusor ou vaporizador.
Fonte: mercola