Mais uma façanha da medicina moderna. Essa, talvez, seja a melhor forma de descrever a cirurgia em que dois bebês siameses unidos pela cabeça foram separados com sucesso. Mas não pense que o caminho até aqui foi fácil. A cirurgia durou 27 horas e todo o processo envolveu nada mais nada menos do que 100 médicos!
Os gêmeos chamam-se Arthur e Bernardo Lima e nasceram em 2018, na zona rural de Roraima, segundo o . A situação era extremamente delicada porque os irmãos compartilhavam parte do cérebro e várias veias vitais, incluindo uma que leva o sangue de volta ao coração.
O Arthur e o Bernardo foram levados para o Rio de Janeiro, onde ficaram sob a supervisão do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e da Gemini Untwined, uma instituição de caridade médica do Reino Unido que acompanhou o caso e ajudou na cirurgia.
“Os gêmeos tiveram a versão mais grave e difícil da doença, com maior risco de morte para ambos”, explicou o neurocirurgião Gabriel Mufarrej, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, em entrevista à AFP.
A equipe médica se preparou para a delicada cirurgia com a ajuda da realidade virtual. Foi criado um mapa digital do crânio das crianças e os cirurgiões fizeram uma cirurgia experimental em Londres e vários treinamentos no Rio de Janeiro – qualquer erro poderia custar a vida dos dois.
A Gemini, inclusive, definiu o caso como o mais complexo que eles lidaram até hoje. Segundo a instituição, gêmeos siameses são apenas 1 em cada 60 mil nascimentos. Dessa quantidade, em 5% deles ocorre a união pela cabeça.
Depois de um longo período de pesquisa, estudos e uso da realidade virtual, os médicos foram para a cirurgia que durou 27 horas. Logo depois da operação, considerada bem-sucedida, os irmãos ficaram deitados um de frente para o outro. Foi a primeira vez que isso aconteceu, já que passaram os seus quase 4 anos de vida grudados um ao outro.
Recuperação
Um resultado a ser comemorado pelos médicos e pela família das crianças. É muito legal ver como a tecnologia e a medicina estão avançando e permitindo coisas que, décadas atrás, seriam praticamente impossíveis.
Os bebês estão se recuperando bem e vão começar uma reabilitação de seis meses no hospital. Os dizem que é possível que eles precisem de mais cirurgias no decorrer da vida, mas o fato de estarem separados já é uma grande vitória e um risco a menos.
A esperança agora é que o Arthur e o Bernardo concluam a reabilitação e possam ir para a casa, já que passaram toda a sua vida no hospital.
Parabéns aos médicos por esse incrível feito e, claro, parabéns também aos pequenos guerreiros Arthur e Bernardo que suportaram passar por tudo isso e mostraram uma grande vontade de viver!
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Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.