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Ciência & Saúde

Estresse: respeite os sinais de que o seu corpo te dá quando precisa de descanso

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Você já se sentiu cansada e nervosa em algum momento da sua vida, certo? Pois saiba que você não está sozinha. O estresse é uma reação natural do corpo a situações adversas, mas pode ser tornar um quadro clínico em casos extremos. Para mais bem-estar, confira o texto a seguir e tire dúvidas com a especialista.

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O que é o estresse

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Segundo a psiquiatra Ana Clara Floresi (CRM/SP 129.142), “o estresse é uma reação a uma situação adversa, que desencadeia uma série de respostas primitivas ao corpo, preparando-o para ação de luta ou fuga”.

Ao entrar em contato com esse tipo de situação, o corpo reage liberando uma mistura de hormônios e substâncias químicas, como cortisol, norepinefrina e adrenalina. Ou seja, o estresse é uma espécie de bomba fisiológica que faz a pessoa a reagir com uma ação física.

Como o estresse é ativado

Diante de uma situação que causa estresse, o sistema límbico dispara uma ‘reação de luta ou fuga’, que “resulta em um sobressalto para colocar o corpo em prontidão para reagir”. Neste estado de maior alerta, o corpo “libera cortisol, aumenta o batimento cardíaco, a frequência respiratória fica mais rápida, a pressão arterial muda e a sudorese pode ficar mais intensa”.

Estresse X ansiedade

Não tem jeito, estresse e ansiedade estão diretamente ligados. Por esse motivo, muitas pessoas confundem os termos. A psiquiatra explica que “a ansiedade se trata da resposta patológica ao estresse, assim, o corpo dispara uma cadeia de reações para a luta e/ou fuga”. Em suma, ter ansiedade é conviver com essas respostas do estresse.

Tipos de estresse

O estresse vira transtorno quando “se tornam consequências diretas de severo cansaço ou trauma continuado”, afirma a psiquiatra. Além disso, é possível dividir o estresse em diferentes tipos, porque os efeitos, os motivos e as fontes variam dependendo do caso. Veja os principais tipos:

Reação aguda ao estresse

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Esse tipo de estresse possui uma relação temporal marcada, com a exposição a um evento estressor severo. “O início é imediato ou em minutos. Normalmente o quadro é seguido de ‘atordoamento’, depressão, ansiedade, raiva, desespero, hiperatividade e retraimento”, explica Floresi. Nesse caso, a reação se resolve rapidamente, em no máximo três dias.

Estado de estresse pós-traumático

Já o estado de estresse pós-traumático é uma resposta tardia a um evento traumático. “Estão presentes revivências ou recordações repetidas do trauma, como flashbacks e sonhos. Assim, o estado de ‘entorpecimento’, distanciamento emocional e esquiva de situações que relembrem o trauma são frequentes”, pontua a doutora.

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Transtornos de ajustamento

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Por último, o transtorno de ajustamento é um quadro de angústia e perturbação emocional, “com impacto funcional, normalmente acontece após uma mudança brusca ou eventos traumáticos. Geralmente não tem duração maior do que seis meses”, afirma.

A psiquiatra reforça que esses três tipos estão presentes na Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 e o diagnóstico depende do tempo e do evento traumático de cada pessoa. De qualquer forma, devem ser tratados da maneira correta e adequada para cada caso.

Sintomas de estresse

O corpo humano é uma máquina que funciona perfeitamente quando o estado físico e o psicológico estão em harmonia. Assim, o corpo também envia sinais quando a sua mente está passando por estresse. Por isso, se atente aos sintomas a seguir:

  • Ansiedade
  • Alterações no sono
  • Tensão muscular
  • Apreensão
  • Dor na boca do estômago
  • Distraibilidade
  • Preocupação
  • Dores de cabeça
  • Alterações na libido
  • Alergia e problemas de pele

É importante ouvir os sinais que o seu corpo te dá, principalmente porque é comum ignorar os sintomas mais ligados ao psicológico. Se você notar algo diferente, considere agendar uma consulta médica.

Estresse no trabalho

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É praticamente impossível não sentir estresse no trabalho, não é mesmo? Lidar com situações, pessoas, expectativas, responsabilidades, finanças e diversas outras questões podem levar qualquer pessoa à exaustão. Assim, não se esqueça que o estresse pode prejudicar as diversas áreas da vida humana.

Floresi explica que “o esgotamento psíquico exclusivamente associado à atividade profissional é conhecido como Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, sendo caracterizado por um agravo de saúde de ordem ocupacional”. Ademais, esse estresse excessivo pode ocasionar quadros psiquiátricos, como transtornos ansiosos e depressivos.

É importante ressaltar que muitas mulheres ainda lidam com o mercado de trabalho e ainda cuidam da casa e dos filhos. Afinal, comportamentos machistas estão enraizados na sociedade e fazem parte do cotidiano de muitos casais. Além do estresse, essa jornada dupla ocasiona em uma sobrecarga que pode levar ao esgotamento emocional.

Estresse tem tratamento?

A especialista explica que é comum sentir alguns sintomas, mas é importante dar uma atenção especial quando “o estresse está provocando sintomatologia psíquica e/ou física significativa, que impacta no funcionamento psicossocial”. Nestes casos, não hesite em procurar ajuda médica especializada.

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Ou seja, se você está sentindo estresse de uma forma mais intensa, então chegou o momento de procurar um psicólogo e um psiquiatra. Lembre-se que é normal sentir estresse ao longo dos dias, mas isso não deve trazer prejuízos para o seu corpo, sua rotina e sua vida.

Para os sintomas mais leves, considere pensar sobre a sua rotina para identificar quais são os momentos em que você está se sentindo mais estressada. O autoconhecimento é uma forma leve de entender seus limites, pensando em estratégias para deixar seus dias mais equilibrados.

5 formas de aliviar o estresse no dia a dia

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Para além do tratamento, busque se prevenir mudando alguns hábitos e inserindo pequenos comportamentos. Assim, confira a lista e tente adicionar algumas formas de aliviar o estresse na sua rotina:

  • Respeite seus limites: saber dizer não é uma tarefa difícil, mas necessária. Comece evitando a sobrecarga nas tarefas de casa e do trabalho. Para isso, pense em formas de dividir os afazeres do dia a dia de uma forma que não fique pesado para ninguém.
  • Atividades de descanso: todo mundo precisa de um tempo para descasar e relaxar. Estar em contato consigo mesmo e pessoas que você ama é uma ótima maneira de se desligar do mundo. Assim, reserve um tempo para se dedicar aos seus passatempos favoritos.
  • Atividade física: pois é, a atividade física vai muito além das questões estéticas. Praticar exercícios é uma forma de trazer a atenção para o momento presente, sem se preocupar com o trabalho ou com as contas. Lembre que existem diversos tipos de exercícios físicos, e você pode se encontrar em um deles.
  • Alimentação e sono: uma boa alimentação deve ser equilibrada e sem exageros. Assim, busque contemplar todos os nutrientes necessários para o corpo, sem pular refeição. Além da alimentação, considere inserir horários para dormir e acordar para regular o seu sono. Se você sente dificuldade, uma boa higiene do sono pode te ajudar.
  • Psicoterapia: todo mundo precisa de psicoterapia. Selecionar uma boa equipe de profissionais é uma ótima forma de alinhar todos os itens citados e ainda tratar outras questões da sua vida. No começo pode parecer difícil, mas lembre-se que a cura também vem pelo diálogo.

Outras atitudes que ajudam a evitar e controlar o estresse no dia a dia

Se você achou as dicas acima úteis, o Dicas de Mulher traz ainda algumas outras atitudes simples que podem ser somadas a elas e ajudam muito a lidar com o estresse.

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  1. Evite alimentos que podem aumentar o estresse: A alimentação pode tanto piorar quanto melhorar os quadros de estresse. O álcool e a cafeína podem afetar o humor, agindo no sistema nervoso central, provocando insônia, dores de cabeça, ansiedade e sintomas digestivos, como azia, dor de estômago, gastrite, má digestão. Além disso, alguns alimentos agem no aumento do estresse, como refrigerantes, café, chás e chocolates. Vale evitar esses alimentos, bem como os industrializados e os processados, as bebidas alcoólicas, os queijos amarelos e os carboidratos refinados (pães, bolos e massas com farinha branca).
  2. Coma com calma: Além de evitar determinados alimentos, é importante se alimentar com calma, em ambientes tranquilos e sem barulho. Note também que frutas, verduras e bastante líquido também fazem o corpo funcionar melhor, aliviando a mente.
  3. Exercite-se frequentemente e com prazer: Não basta simplesmente dizer “eu vou à academia diariamente” e sentir que isso é um peso, uma obrigação… O ideal é que cada pessoa identifique o que gosta e manter a constância, já que a atividade física permite que a pessoa libere várias substâncias na corrente sanguínea que aumentam a sensação de bem-estar e prazer. A principal delas é a endorfina, substância natural produzida pelo cérebro durante e depois da atividade física. Ela funciona como um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendada no tratamento de depressões leves e moderadas
  4. Faça atividades que te acalmem: Muitas pessoas se acalmam fazendo boxe ou correndo, por exemplo, mas outras podem se dar melhor com atividades mais tranquilas, como ioga, ou aderindo a massagens relaxantes, meditação, acupuntura… O ideal é buscar o que funciona melhor para você.
  5. Identifique a fonte de estresse: Pensar no que está causando o estresse é muito importante, exatamente para que se possa evitá-lo. O estresse pode estar relacionado a questões práticas, mas também a questões emocionais diversas e, para ter um tratamento adequado, são indicados os profissionais de psicologia, os terapeutas e os psiquiatras.
  6. Organize-se para tornar seu dia mais leve: Organizar-se é muito importante, não no sentido de se cobrar mais, mas, sim, com a proposta de tornar seu dia a dia mais leve. Tenha uma agenda sempre à mão, afinal, você não precisa se lembrar de tudo o que tem que fazer… Anote seus compromissos importantes e, sobretudo, saiba separar “o que precisa ser feito hoje” do “que pode ser feito amanhã”. Isso ajuda a evitar o acúmulo de tarefas e, naturalmente, mais estresse.
  7. Extravase suas emoções: Se exercitando, expondo seus sentimentos, conversando com profissionais ou amigos, permitindo-se rir e chorar – é importante não acumular os sentimentos e canalizá-los de alguma forma, para que não pesem demais.
  8. Desacelere: Cada pessoa tem seu ritmo, aprenda a respeitar o seu. Você tem um colega de trabalho que produz muito mais que você no dia a dia? Paciência, este é o ritmo dele, e não o seu. Mais do que isso, respire. Comece a praticar o famoso “inspire pelo nariz e expire pela boca” quantas vezes forem necessárias para acalmar os ânimos, entre outras coisas simples assim.
  9. Não leve tudo tão a sério: Recebeu uma crítica? Não se exalte. Com calma, reflita sobre ela… Se achar que ela é válida/construtiva, ótimo, tente melhorar… Mas, se achar que ela não serve para você, simplesmente deixe passar. Não se agarre a chateações e problemas que você não pode mudar.
  10. Reserve um momento do dia para simplesmente descansar: Intervalos são importantes. Dedique ao menos 10 minutos do seu dia para simplesmente relaxar, seja no trabalho, em casa ou dentro do carro. Mas, neste momento, desligue-se totalmente do resto: celular, computador, TV etc.
  11. Saiba dizer “não” e se impor: Recebeu novas tarefas no seu serviço e acha que não dará conta? Não tenha medo de dizer isso! Seja sincera consigo mesma e admita quando não for capaz de realizar certos tipos de tarefas ou não tiver tempo para isso. Recebeu o pedido de ajuda de um amigo, mas, neste momento, não pode ajudar? Explique isso a ele e pergunte se vocês não podem resolver isso depois. Deixe o outro saber de seus limites, nem sempre ele sabe o que se passa na sua vida e dentro de você.
  12. Reserve pelo menos algumas horas na semana para fazer algo que você goste: Vá ao shopping, saia para um bar ou restaurante com amigos ou parceiro(a), assista a um filme ou a uma série em casa… Muitas vezes, os pequenos momentos de prazer como estes ficam “reservados” apenas para o final de semana, mas é bom vivê-los em meio à semana também, tornando-a assim mais leve e gostosa.
  13. Aproveite o seu final de semana: No final de semana, sempre que possível, desligue-se do trabalho. Viaje, saia com os amigos, reúna-se com a família, durma mais… Faça todo tipo de coisa que, por mais simples que pareça, te dê prazer.
  14. Não se cobre tanto: Não se sinta mal quando perceber que não é capaz de realizar certo tipo de tarefa. Ninguém é bom em tudo. Além disso, peça ajuda quando precisar. Não tenha medo nem vergonha de dizer que precisa da ajuda de alguém. Perdoe-se e permita-se perdoar: tente não guardar mágoa do próximo e nem ficar remoendo coisas que você fez e se arrependeu. E, muito importante: deixe trabalho no trabalho. Especialmente se trabalhar em casa, estabeleça horários e cumpra-os.
  15. Preze por um sono reparador: Não queira passar a madrugada trabalhando, por exemplo. É importante dormir bem, por aproximadamente 8 horas por noite. E, quando for deitar, desligue a TV, o celular, e vá aos poucos “acalmando” seus pensamentos, para que o sono venha e seja realmente reparador!

Lembrando que, em muitos casos de estresse, apenas essas atitudes não bastarão e será necessária também a ajuda profissional. Muitas vezes há traços muito constitutivos da personalidade de cada um, como o sofrimento por antecipação, os pensamentos negativos e a falta de flexibilidade que atrapalham muito no controle do estresse e precisam ser tratados em análise ou com psicoterapia. Se esse for o seus caso, ou se você já estiver com sintomas físicos, como fortes e recorrentes dores na cabeça, no pescoço e nos ombros, dificuldades para dormir, cansaço extremo e fadiga muscular não hesite em procurar um médico.

O estresse está relacionado a diversos favores e, por isso, é muito importante estar aberta para escutar os sinais do seu corpo. Para estar com a saúde mental em dia, evite negligenciar os cuidados emocionais.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Fonte: dicasdemulher.com.br

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