A Índia se tornou o primeiro país a pousar no “lado escuro” da Lua na manhã desta quarta-feira 23. A região, até então inexplorada, fica no polo sul do satélite terrestre e é considerado de difícil acesso.
O feito é histórico e foi realizado pela espaçonave Chandrayaan-3, lançada em 14 de julho. O objetivo da missão é expandir a descoberta feita na primeira viagem espacial desse projeto, que ocorreu em 2008, quando foi detectada a presença de água na superfície lunar.
O pouso precisou ser “suave”, pois o terreno possui grandes crateras e encostas íngremes, além de não receber luz solar — o que leva a temperaturas extremamente baixas, que chegam a -203°C, o que torna ainda mais difícil operar os equipamentos de exploração.
A região do “lado escuro” da Lua é de interesse para as áreas científicas e, também, estratégicas para as nações que exploram o espaço. Cientistas afirmam que a água do local, congelada em crateras sombrias, poderia ser convertida em combustível para foguetes ou mesmo em água potável para futuras missões tripuladas.
“Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde e quanta água existe”, explica à emissora britânica BBC o professor de robótica espacial Akash Sinha, da Universidade Shiv Nadar University. “Precisamos saber se toda ela está congelada.”
Depois de desbravar “lado oculto” da Lua, Índia busca se consolidar como nova superpotência global no espaço
A missão pode consolidar a Índia como uma nova superpotência global no espaço. Anteriormente, outros nações completaram aterrissagens na superfície lunar, como os Estados Unidos, a China e a antiga União Soviética (Rússia).
A missão é a segunda tentativa da Índia de completar um pouso suave no “lado oculto” da Lua. A primeira tentativa, em 2019, com a espaçonave Chandrayaan-2, colidiu com a superfície lunar devido a problemas de software e dificuldades de frenagem na descida.
“Este é o momento para uma nova Índia em desenvolvimento”, comemorou Narendra Modi, primeiro-ministro do país asiático.
Fonte: revistaoeste