Um dia depois do assassinato do candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio, uma candidata a deputada foi alvo de atentado. O carro com Estefany Puente, que busca ocupar uma cadeira na Assembleia Nacional, foi alvejado.
Estefany Puente dirigia um carro branco, onde também estavam seu pai e um funcionário, com adesivos de outro candidato, quando foi interceptada por dois homens armados. Eles atiraram contra o para-brisa, do lado do motorista, e fugiram logo em seguida. Um tiro atingiu de raspão o braço esquerdo da política, que recebeu atendimento médico e passa bem.
O caso está sendo investigado pela polícia equatoriana, que analisa imagens de câmeras de segurança. Segundo uma testemunha, a candidata acelerou depois da aproximação dos criminosos, que então atiraram. Não há informações se o ataque teve motivação política.
A candidata se pronunciou nas redes sociais. “Fui vítima de um crime contra a minha integridade, o que nós, equatorianos, vivenciamos diariamente”, afirmou Estefany. “Fomos esquecidos por um governo inoperante, envolto em corrupção e máfias, fruto de governos anteriores (de fugitivos) e o atual.”
Dois dias de atentados
O ataque contra Estefany Puente ocorreu apenas um dia depois do assassinato de Fernando Villavicencio, morto com três tiros na cabeça, na quarta 9. No dia, seis indivíduos foram presos, sendo dois dos suspeitos ainda na cena do crime. Um terceiro suspeito foi morto em troca de tiros com policiais nas imediações.
Villavicencio condenava as facções criminosas no Equador e dizia que, se eleito, realizaria ações para reprimir suas atividades. O candidato já era conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista e deputado.
Ele não é a primeira figura pública no país que, ao posicionar-se contra o narcotráfico, acaba morto. Durante o processo eleitoral do Equador, um prefeito e um candidato a deputado, com discursos alinhados contra o narcotráfico, também foram assassinados.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou estado de exceção em todo o país. A medida autoriza a presença das Forças Armadas nas ruas e terá validade de 70 dias. De acordo com o governo, o objetivo é garantir a segurança das eleições gerais, que ocorrerão no dia 20 de agosto.
Na eleição, serão escolhidos um novo presidente, vice-presidente e 137 parlamentares.
Fonte: revistaoeste