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Ciência & Saúde

O incrível dom da fala em papagaios: descubra como e por que eles conseguem se comunicar

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O porquê é fácil: para socializar. Papagaios e outros pássaros com essa habilidade imitam quaisquer sons típicos de seu habitat (um exemplar de pássaro-lira australiano muito acostumado a ser fotografado faz até o clique de uma câmera). Na natureza, isso significa copiar outras selvagens para criar laços.

Em cativeiro, nós somos a família do bichinho, e ele quer aprender o código de comunicação da casa. Assim, uma expressão como “tudo bem?” acaba associada ao momento em que uma pessoa entra pela porta.

O “como” é mais difícil.

No ser humano, as pregas vocais fazem o ar que sai dos pulmões vibrar em frequências diferentes – gerando sons mais graves ou agudos. Elas também são responsáveis por gerar os registros (como o falsete, aquela voz fininha que usamos em algumas músicas). Os sons característicos de cada consoante, porém, são gerados em grande parte pelos lábios, dentes, nariz e , depois que o ar passou pelas pregas. 

Vamos explicar com exemplos: a letra B, por exemplo, é uma “oclusiva bilabial”, o que significa, no jargão da fonética, que ela é gerada pelos dois lábios interrompendo – e então liberando bruscamente – a passagem do ar. O P também é uma oclusiva bilabial, mas é , o que significa que as pregas vocais não vibram como ocorre no B. Todo o som vem do estalo dos lábios. Faça o teste: produza os fonemas P e B sem nenhuma vogal depois e compare-os. Um faz o peito vibrar, o outro, não. 

Cada som é articulado de uma forma única. O N é produzido com a língua no céu da boca e o ar saindo pelo nariz, o D usa a língua na ponta dos dentes e põe as pregas em ação como B.

Os não têm lábios ou dentes, mas compensam com a siringe: um complexo de membranas localizado no ponto onde o sistema respiratório se bifurca para dar acesso aos pulmões. A siringe é mais sofisticada que nossas pregas vocais: permite articular dois sons simultâneos, usando separadamente o ar exalado por cada pulmão.

Isso dá aos pássaros a habilidade, por exemplo, de usar um lado da siringe para emitir algo equivalente aos estalos consonantais da nossa boca de um lado, enquanto usam o outro para imitar as pregas vocais. E assim vídeos como o do famoso papagaio africano Apollo se tornam possíveis:

 Pergunta de Gustavo Abreu, via email.

Fonte: abril

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