O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu um processo ético para investigar a propaganda da Volkswagem que usa a imagem de Elis Regina, reconstituída por inteligência artificial e cantando ao lado da filha, Maria Rita.
Segundo nota do Conar, a investigação, aberta na segunda-feira 10, será feita em razão de queixas de consumidores, que “questionam se é ético ou não o uso de ferramenta tecnológica e inteligência artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha”. Elis Regina faleceu em 1982, aos 36 anos.
A montadora e a agência AlmapBBDO, responsável pelo anúncio, utilizaram a técnica chamada deepfake, que consiste na troca de rostos e sincronia de movimentos e expressões faciais, para fazer o comercial.
“Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes”, afirmou o Conar.
O conselho informou que irá analisar a queixa contra a propaganda com base no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária e em princípios presentes na normativa, como “respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e à existência da artista, e veracidade”.
O julgamento da representação deve ocorrer em 45 dias, com direito de defesa à empresa anunciante e à agência.
A propaganda da Volkswagem com a cantora Elis Regina divulga os 70 anos da marca no Brasil.
Leia a nota do Conar na íntegra
O Conar abriu hoje, 10 de julho, representação ética contra a campanha ‘VW Brasil 70: O novo veio de novo’, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores.
Eles questionam se é ético ou não o uso de ferramenta tecnológica e Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha, a ser examinado à luz do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, em particular os princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade.
Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes.
A representação será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do Conar, garantindo-se o direito de defesa ao anunciante e sua agência. Em regra, o julgamento é efetuado cerca de 45 dias após a abertura da representação.
O Conar aceita denúncias de consumidores, assim como outras manifestações sobre a peça publicitária, bastando que sejam identificadas. Em obediência à LGPD a identidade dos denunciantes é protegida.
Fonte: revistaoeste