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Brasil aposta no potencial do hidrogênio verde e envia missão à Alemanha

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Uma delegação de pesquisadores e executivos brasileiros embarcou para a Alemanha, em maio de 2023, para conhecer de perto os processos de transição energética em que o hidrogênio verde é utilizado como substituto do petróleo, do gás natural e do carvão mineral.

Durante a viagem de cerca de uma semana, que ficou conhecida como “Missão Brasil-Alemanha”, o grupo do Brasil fez visitas a órgãos de fomento à pesquisa, que indicaram interesse em investir em estudos brasileiros. O potencial surgiu em um fórum para firmar parcerias entre o estado brasileiro do Paraná e organizações alemãs, em prol da produção de energia limpa e ao cluster de hidrogênio verde.

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Também foi a centros de tecnologia de células a combustível e à maior usina siderúrgica da Alemanha — Thyssenkrupp — que está em plena transição energética, para substituir o uso do carvão mineral; a centros de aplicações de hidrogênio verde. Além disso, a comitiva fez uma parada em um dos maiores portos da Alemanha, cuja infraestrutura foi alterada para receber, armazenar e distribuir compostos hidrogênicos ao resto do país.

A visita ocorreu por iniciativa das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e do Rio de Janeiro, e contou com a presença do representante da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), Antônio Cezar Faria Vilela, que também é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Para Vilela, a turnê pela Alemanha ofereceu a visão de um “futuro possível” para a transição energética e explicitou o interesse crescente dos alemães na produção de energia limpa em território brasileiro.

“Apesar de Berlim estar na vanguarda da transição energética na Europa, transformar hidrogênio em combustível requer uma grande quantia de energia sustentável, que não está disponível no território deles. Daí, entra o Brasil”, disse o professor da UFRGS.

O campo transforma o país em um parceiro geopoliticamente estratégico para a Europa, segundo Vilela, e os delegados da Missão Brasil-Alemanha identificaram “um interesse pungente” nos próximos passos do Brasil em relação à transição energética.

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Combustível do futuro

O hidrogênio verde é considerado uma das principais alternativas para a descarbonização da economia em busca do combate às mudanças climáticas. O composto, produzido a partir de fontes de energia renováveis, como a eletrólise da água utilizando energia solar ou eólica, não produz emissões de carbono e tem o potencial de substituir o petróleo, gás natural e carvão mineral na indústria.

O Brasil, em particular o Nordeste, apresenta vantagens competitivas para produção desse tipo de hidrogênio, devido ao elevado potencial eólico e solar e pela competitividade da energia gerada por essas fontes.

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“Alguns estados brasileiros, principalmente o Ceará, têm criado HUB de hidrogênio verde, visando à atração de investimentos. Nesse sentido, vários players nacionais e internacionais já manifestaram interesse em investir bilhões de dólares na cadeia produtiva do hidrogênio verde do Brasil. Assim, nasce uma nova indústria no país, abrindo espaços para a atração de vultosos investimentos”, pontua o pesquisador Francisco Diniz Bezerra.

Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas, a adoção do hidrogênio verde pode impulsionar o desenvolvimento tecnológico no Brasil, criar empregos verdes e promover a segurança energética no país, defende Bezerra.

A cidade de São Paulo vai sediar, em 1º de agosto, o Fórum de Líderes da 7ª ABM Week, onde centenas de executivos, especialistas, docentes, pesquisadores e estudantes irão debater sobre as transformações industriais em busca de sustentabilidade. Lá, Vilela vai compartilhar um relatório conjunto das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha carioca e paulista sobre a missão, que pretende contribuir para o avanço da transição energética brasileira.

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Fonte: Veja

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