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Cinema

Annie Murphy em Black Mirror: Explorando a Insana Realidade da Série!

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Uma das séries mais aclamadas da Netflix, Black Mirror está de volta para novos episódios quatro anos após a 5ª temporada – que já começou mexendo com a cabeça do público. O primeiro capítulo, “A Joan é Péssima” apresentou uma história em que a inteligência artificial foi longe demais e a protagonista sofreu as consequências para todo mundo (literalmente!) ver.

Cheio de referências ao mundo real, o episódio confundiu muita gente com a “identidade” da personagem principal. Vem entender melhor essa história!

ATENÇÃO: A partir daqui, há spoilers do episódio 1 (temporada 6) de Black Mirror.

Quem é Annie Murphy?

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Netflix

No início do episódio, somos apresentados a Joan, uma executiva que está passando por momentos questionáveis na vida (de uma demissão “fria” à traição no relacionamento). Ao chegar em casa, ela descobre que o streaming Streamberry (em uma óbvia referência à própria Netflix) fez uma série baseada em sua vida e estrelada por Salma Hayek.

Pois bem, a primeira Joan que conhecemos (até então acreditando ser a original) é interpretada pela atriz Annie Murphy, conhecida por produções de sucesso como Boneca Russa e Schitt’s Creek. A questão é que, nos momentos finais do episódio, ela descobre que não é a Joan de verdade – mas sim uma versão digital da própria Annie Murphy, a atriz, criada com uma tecnologia de inteligência artificial super avançada.

Joan/Annie só descobre que ela não é a Joan da vida real quando um funcionário do streaming (Michael Cera) explica que a verdadeira Annie Murphy cedeu os direitos de imagem para a empresa, que recriou digitalmente o rosto dela para interpretar Joan – as memórias e a consciência de Joan também foram transferidas para a “personagem”, por isso, ela pensa que realmente é Joan.

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CBC
A atriz Annie Murphy na série Schitt’s Creek, citada em Black Mirror

No universo da série, existem diversos níveis de “realidades virtuais”. Annie está no nível 1: isto é, ela é a primeira versão da Joan da vida real (programada com as memórias dela); Salma Hayek está em outro nível (e por isso tem a consciência de que a verdadeira atriz Salma Hayek também cedeu seu a cópia digital de seu rosto para o streaming).

Esta parte da história está acontecendo em um mundo fictício, portanto, quando Joan/Annie destrói o megacomputador da Streamberry, consequentemente, dá fim às realidades virtuais criadas a partir dele – incluindo a que acompanhamos durante o episódio. No desfecho, vemos que a Joan da vida real também destruiu essa máquina e foi presa.

O que significa o episódio?

É claro que as possibilidades para interpretação são vastas, mas o assunto principal do episódio gira em torno do avanço impressionante da tecnologia de inteligência artificial que, hoje, já é capaz de imitar fotos, vídeos e até vozes de pessoas de verdade. No mundo real, já estamos vendo esse tipo de recurso ser utilizado com objetivos controversos, sem autorização e sem controle das pessoas reais.

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Netflix

“Minha imagem já foi usada na internet de muitas maneiras desrespeitosas. Não é você, e eles fazem coisas horríveis com isso. Eu vivi algumas dessas coisas, mas apenas alguns meses atrás, quando estávamos conversando sobre, parecia que algo iria piorar no próximo futuro. Agora parece que estamos aqui”, explicou a própria Salma Hayek em entrevista à revista Entertainment Weekly.

O episódio de Black Mirror não apenas ilustra um possível futuro para a realidade que vivemos hoje, como também brinca com as consequências reais que a inteligência artificial pode trazer no sentido de, quase que literalmente, substituir artistas de verdade nas telas e se passar por qualquer um no mundo real.

Na série, a presidente do streaming revela também que o “roteiro” dos episódios da série sobre a vida de Joan são criados imediatamente pela inteligência artificial, com base nos acontecimentos reais – sentiu uma referência ao ChatGPT aí? Sem a necessidade de pessoas de verdade para criar uma história (e nem para atuar, já que temos apenas cópias), Black Mirror também discute o impacto que a tecnologia pode causar na própria arte.


Black Mirror

Fonte: adorocinema

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