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EUA e Índia firmam parcerias estratégicas para ampliar conexões econômicas

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, assinaram uma série de acordos nas áreas de defesa e comércio nesta sexta-feira, 23, depois que a Casa Branca estendeu o tapete vermelho para o convidado com objetivo de combater a influência global da China.

Embora os países não sejam aliados formais vinculados a tratados e a Índia mantenha sua postura de não-alinhamento, Washington quer que Déli seja um contrapeso estratégico para a China. Nenhum dos líderes criticou Pequim diretamente em declarações oficiais, mas aludiram ao governo liderado por Xi Jinping.

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“As nuvens negras de coerção e confronto estão lançando sua sombra no Indo-Pacífico”, disse Modi em discurso ao Congresso, algo reservado às visitas de Estado mais importantes. “A estabilidade da região tornou-se uma das preocupações centrais da nossa parceria.”

Depois de uma bilateral de quase duas horas, Biden e Modi emitiram uma declaração conjunta alertando sobre o aumento das tensões e ações desestabilizadoras no Mar da China Oriental e Meridional e enfatizando a importância do direito internacional e da liberdade de navegação.

“Os desafios e oportunidades que o mundo enfrenta neste século exigem que a Índia e os Estados Unidos trabalhem e liderem juntos, e nós estamos fazendo isso”, disse Biden ao dar as boas-vindas a Modi na Casa Branca.

O jantar de Estado, realizado em uma grande tenda erguida no gramado sul da Casa Branca na quinta-feira 22, contou com vários executivos do Vale do Silício, incluindo Tim Cook, da Apple, Anne Wojcicki, CEO da 23andMe, Sundar Pichai, CEO do Google, e Sam Altman, CEO da OpenAI.

Modi está tentando elevar o status da Índia – com 1,4 bilhão de habitantes, o país mais populoso do mundo e a quinta maior economia – no cenário mundial como uma potência diplomática e comercial, enquanto navega por relações tensas com a China.

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Washington teme os laços estreitos da Índia com a Rússia, devido à sua dependência do petróleo do país, enquanto Moscou trava uma guerra na Ucrânia. Modi evitou mencionar diretamente a Rússia, mas disse ao Congresso americano que o conflito estava “causando grande dor na região”.

A visita, contudo, gerou polêmica. O discurso ao Congresso foi boicotado por alguns legisladores liberais, devido às acusações de abusos do governo Modi à minoria muçulmana da Índia.

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“Encorajo meus colegas que defendem o pluralismo, a tolerância e a liberdade de imprensa a se juntarem a mim para fazer o mesmo”, tuitou a Alexandria Ocasio-Cortez na quarta-feira 21. No discurso, Modi negou as acusações de deterioração dos direitos humanos na Índia.

Questionado por um repórter americano sobre quais medidas ele tomaria para melhorar os direitos dos muçulmanos e outras minorias, Modi disse que “não há nenhum espaço para discriminação” na Índia. Já o presidente Biden disse a repórteres que os dois tiveram uma discussão direta sobre valores democráticos.

Novo patamar

Os dois países anunciaram acordos sobre semicondutores (chips de computador e celulares), minerais essenciais, tecnologia, cooperação espacial e cooperação de defesa.

Alguns dos pactos visam diversificar as cadeias de suprimentos ligadas à indústria americana, para reduzir a dependência da China. Outros pretendem dominar o mercado de tecnologias avançadas, que podem aparecer nos campos de batalha do futuro. Biden e Modi também encerraram as disputas na Organização Mundial do Comércio e a Índia removeu algumas tarifas sobre produtos americanos.

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Dentre os pontos principais, a fabricante de chips Micron Technology planeja uma unidade de teste e embalagem de semicondutores de US$ 2,7 bilhões, a ser construída no estado natal de Modi, Gujarat. Os Estados Unidos também facilitarão a obtenção de vistos por trabalhadores indianos qualificados.

Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da Índia, mas têm relações comerciais muito maiores com a China, a União Europeia e os vizinhos norte-americanos.

O secretário de Relações Exteriores da Índia, Vinay Kwatra, disse que a visita até agora foi “verdadeiramente inovadora” e Nova Déli está confiante de que ajudará a elevar o relacionamento com Washington a “outro patamar”.

“As decisões tomadas durante a visita são verdadeiramente transformadoras em uma ampla gama de áreas. Naturalmente, é algo que é possível quando os países confiam profundamente uns nos outros e estão nisso a longo prazo”, disse a repórteres.

Fonte: Veja

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