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Cinema

Martin Scorsese aos 80 anos: refletindo sobre o futuro como cineasta e o desejo de contar histórias.

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Embora tenha lançado seu notável épico policial O Irlandês na Netflix nesse meio tempo, depois de nos presentear com seu drama espiritual Silêncio em 2016, o Martin Scorsese começou a desenvolver seu ambicioso Killers of the Flower Moon. Uma produção tremendamente complexa que muitos de nós pensamos que acabaria esquecida mas que, finalmente, verá a luz do dia esta semana no Festival de Cinema de Cannes.


Killers of the Flower Moon

O Crepúsculo de Scorsese

Por ocasião do evento – o lançamento de um novo longa-metragem por Scorsese é sempre um evento – o cineasta e os atores Leonardo DiCaprio e Robert De Niro deram uma entrevista muito interessante ao Deadline, revelando alguns pontos do título. Um texto em que, além de falarmos sobre os meandros dramáticos, narrativos e interpretativos, pudemos contemplar o lado mais crepuscular do bom e velho Marty.

O diretor, que está na casa dos oitenta anos, não hesitou em fazer uma reflexão sombria depois de ser perguntado se, na sua idade, tinha energia suficiente para voltar para trás das câmeras e dar forma a um novo filme. Para ele, “o mundo inteiro se abriu tarde demais”, e agora se vê refletido nas palavras de Akira Kurosawa quando recebeu seu Oscar em 1990.

“Eu gostaria de poder tirar uma folga de oito semanas e fazer um filme ao mesmo tempo [risos]. O mundo inteiro se abriu para mim, mas é tarde demais. É tarde demais. Estou velho. Eu leio coisas. Eu vejo coisas. Quero contar histórias, mas não tenho mais tempo. Kurosawa, quando recebeu seu Oscar, quando George [Lucas] e Steven [Spielberg] o deram a ele, disse: ‘Agora estou começando a ver o potencial que o cinema pode ter, e é tarde demais’. Ele tinha 83 anos de idade. Naquele momento, eu me perguntei: “O que ele quis dizer com isso? Agora eu sei o que ele quis dizer.”

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Entretanto, apesar de suas palavras, está claro que Scorsese ainda tem um longo caminho a percorrer. Ele tem uma nova colaboração com DiCaprio, adaptando novamente David Grann em The Wager, e um filme biográfico sobre a figura de Jerry Garcia, no qual mostrará mais uma vez sua paixão pela música com Jonah Hill.

Por enquanto, Martin Scorsese deixa uma mensagem para o público potencial que poderá enfrentar as três horas e meia de :

“Para o público, se houver um público para esse tipo de coisa, eu digo: Envolva-se. Sua vida pode ser enriquecida. Este é um filme diferente; eu realmente acredito nisso. Bem, eu o dei a vocês, então, ei, comprometam-se a ir ao cinema para vê-lo. Passe a tarde ou a noite com esse filme, com essa história, com essas pessoas, com esse mundo que espelha aquele em que vivemos hoje, mais do que podemos imaginar.”

Fonte: adorocinema

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