Sophia @princesinhamt
Mundo

Presidente ucraniano, Zelensky, chega de surpresa ao G7 e solicita encontro com ex-presidente Lula.

2024 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Em uma viagem surpresa, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, desembarcou no início da deste sábado (horário local), 20, em Hiroshima, no , para encontrar aliados da cúpula dos líderes do G7, grupo que reúne as sete maiores economias do mundo e convidados, como o Brasil e a Índia. Entre as reuniões bilaterais solicitadas pelo líder ucraniano está um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido acontece uma semana após o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, estar com Zelensky em Kiev, na Ucrânia.

Até o momento, o encontro entre Lula e o presidente ucraniano não está confirmado. Na agenda divulgada pelo governo brasileiro para este domingo, último dia de atividades do evento do G7 em Hiroshima, não há nenhuma menção a possível reunião. De acordo com fontes que acompanham de perto a cúpula dos países mais ricos do planeta, o pedido de Zelensky deixou o governo brasileiro sob pressão. E que o presidente ainda estaria em dúvida sobre aceitar ou não o pedido e o peso que isso teria no cenário internacional. Lula vem tentando assumir uma postura mais neutra nas últimas semanas com relação à Guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa.

No mês passado, entre os vários temas que abordou em sua viagem à China, Lula discutiu a proposta de do presidente Xi Jinping, que congelaria as tropas russas no local. O presidente ucraniano, no entanto, se mostrou refratário a qualquer medida que não seja a retirada completa das forças russas, mesma posição adotada por líderes do G7. Após a visita de Celso Amorim à Kiev, o líder ucraniano afirmou ter discutido a “possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina” e que esperava receber o presidente brasileiro no seu país para continuar o diálogo. Lula, que tem defendido que um grupo de nações lidere uma saída negociada para o fim dos conflitos, já afirmou, porém, que não planeja visitar nem a Rússia nem a Ucrânia enquanto não acabar a guerra.

Entre os encontros que Zelensky teve durante o G7, ainda neste sábado, foi com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ao comentar a presença do líder ucraniano no Japão, Macron disse que ela “pode ser uma virada de jogo”. Comentou ainda que a ida dele ao evento é uma “oportunidade única para expressar sua situação, transmitir sua mensagem e compartilhar sua visão”. Zelensky ainda teve um encontro bilateral com o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi. Em suas redes sociais disse ter apresentado “em detalhe a fórmula ucraniana de paz e pedido à Índia para se juntar à sua implementação”.

O desembarque de surpresa do presidente da Ucrânia a Hiroshima tirou o foco, momentaneamente do pronunciamento que ocorria na cúpula do G7. Sua chegada, transmitida ao vivo pela televisão, aconteceu na mesma hora em que o grupo criticava a ‘coerção econômica’ chinesa. Logo ao pisar em solo japonês, Zelensky também divulgou uma mensagem no Twitter mencionando “reuniões importantes com parceiros e amigos da Ucrânia”. Depois reverenciou “a decisão histórica dos Estados Unidos e do presidente (Joe Biden) de apoiar uma coalizão internacional de caças”. Uma clara referência à liberação por aquele país do uso do jato militar F-16 pela Ucrânia.

Ainda sem tornar pública sua decisão sobre o pedido de reunião bilateral pelo líder ucraniano, o presidente Lula encerrou sua agenda oficial neste sábado participando de um jantar oferecido pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, aos chefes de estado presentes na cúpula do G7. Antes, porém, teve uma reunião com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no qual conversaram sobre a construção de caminhos para a reconstituição da paz na Ucrânia e a agenda ambiental. No encontro, ainda firmaram a realização da segunda edição das Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, prevista para 4 de dezembro, em Berlim.

O evento consiste em encontros bianuais com o intuito de avaliar e promover parcerias, identificar campos para cooperação e aprofundar o diálogo sobre temas da agenda global. Em uma postagem nas redes sociais, Lula escreveu que foi um prazer reencontrar Scholz. “Já estivemos juntos este no Brasil, e agora, no Japão, reafirmamos a retomada das boas relações entre nossos países, com diálogo e cooperação”.

Ainda neste segundo dia de encontro das sete maiores potências econômicas do mundo, na qual o Brasil é um dos oito países convidados, Lula participou de duas reuniões com lideranças de outros 14 países e da União Europeia, além de  reuniões bilaterais com o primeiro-ministro Kishida; com o presidente da Indonésia, Joko Widodo; com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e com o presidente francês, Emmanuel Macron. Para o domingo, 21, a agenda de Lula prevê mais encontros bilaterais, entre os quais com os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Índia, Narendra Modi.  Depois, deve estar com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Fonte: Veja

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.