A alergia a camarão é uma das mais comuns no Brasil. A intolerância do organismo à ingestão do alimento pode levar a reações que vão desde uma coceira na pele até sintomas mais violentos como o choque anafilático, que pode ser fatal.
Esse foi o caso do influenciador potiguar Brendo Yan, 27, que morreu devido a uma grave reação alérgica causada por um bolinho de aipim recheado com camarão, na quarta-feira (27/4).
Victoria Figueiredo, esposa do influenciador, relatou ao jornal “O Globo” que o casal ganhou o bolinho de um vizinho no sábado (22), e comeram sem saber qual era o recheio.
Ainda segundo a publicação, Brendo começou a se sentir mal e tomou um antialérgico. Como não houve melhora, foi levado para um pronto-socorro em Natal, onde teve uma parada cardíaca e precisou ser reanimado pelos médicos. A morte cerebral foi confirmada na quarta.
Quais são os sinais da alergia e como ela pode ser fatal?
A alergia ou hipersensibilidade é uma resposta exagerada do sistema imunológico. Ela se desenvolve após a exposição a um antígeno (alérgeno), que provoca a reação.
No caso dos alimentos, o mais comum é que a alergia dê sinais de que está começando, com sintomas leves, como coceira, quando o alimento ainda está na boca ou minutos depois do consumo.
Muita gente tem os sintomas mais leves na primeira vez que come o alimento ao qual é alérgica e só tem a reação mais grave na segunda ou terceira vez;
A gravidade depende do sistema imune no momento do contato. Quanto mais debilitado, mais rápida é a progressão da reação;
Mas as alergias a frutos do mar, gergelim, amendoim e castanha são as mais envolvidas em reações fatais.
No geral, os sintomas mais comuns relacionados a alimentos são:
- Tosse, chiado, falta de ar;
- Dor abdominal, náusea, vômito, diarreia;
- Urticária e placas vermelhas na pele;
- Inchaço nas partes moles, como boca e olhos.
Em situações mais graves, os sintomas citados acima podem evoluir para o edema de glote, que é uma reação alérgica grave, com inchaço na garganta, provocando a obstrução do fluxo de ar para os pulmões e impedindo a respiração.
As anafilaxias são reações alérgicas intensas que podem acometer vários órgãos, inclusive pele e mucosa, ocasionando o inchaço da região, podendo levar à morte.
O que fazer?
Como ocorre de forma muito rápida, o mais indicado é procurar um serviço médico o quanto antes;
Se a pessoa estiver em um quadro de anafilaxia, é feita uma aplicação intramuscular de adrenalina, que tem uma ação muito rápida.
Geralmente, quando o indivíduo é tratado a tempo, ele recebe um plano de ação do médico, que contém todas as diretrizes caso o contato com o alimento (se for o caso) volte a acontecer.
Além disso, é indicado que o paciente ande com uma nécessaire contendo um antialérgico, um broncodilatador e a caneta de adrenalina.
Caneta de adrenalina não é produzida no Brasil
A adrenalina autoinjetável, no entanto, não é produzida no Brasil e apenas pode ser adquirida pelo paciente por meio de importação.
Entidades como a Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) defendem a incorporação da pequena “caneta” de adrenalina como medicamento de alto custo no SUS.
A caneta é considerada um dos divisores entre sobreviver ou não a uma crise de anafilaxia.
Quem solicita o registro é o laboratório produtor e por razões comerciais que escapam ao nosso escopo, não há ainda interesse em tais empresas comercializarem esse medicamento aqui no Brasil. Por ora, os portadores de anafilaxia são obrigados a comprar a
medicação no exterior, através de importadoras. Isso encarece o produto e o torna inacessível para pessoas de baixa renda. (]*rel=”)noopener(“[^>]*>)Artigo “Onde comprar adrenalina autoinjetável?”, da Asbai, publicado em 03/02/2023.
*Com informações de reportagem publicada em 24/10/2019.
Fonte: uol
Colunista: @chefcarlosmiranda