O chanceler Mauro Vieira reiterou nesta segunda-feira, 17, durante encontro com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a posição do governo brasileiro de que é necessário um cessar-fogo imediato na Ucrânia.
“Renovei a disposição brasileira em contribuir para uma solução pacífica para o conflito e facilitar a formação de um grupo de países amigos, para mediar negociações entre Rússia e Ucrânia”, disse Vieira, em entrevista coletiva.
O “grupo de amigos” é um tema que já havia sido sugerido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a vários líderes estrangeiros, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e, durante sua viagem a Pequim na semana passada, Xi Jinping. Além disso, Lula enviou seu assessor especial (e guru de política externa), Celso Amorim, para discutir as perspectivas de paz com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma viagem discreta a Moscou no final de março.
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Embora o Brasil tenha votado para condenar a invasão russa nas Nações Unidas em março, há uma certa ambivalência em relação ao conflito, provocado pela invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
Ao mesmo tempo que o presidente brasileiro rejeitou os apelos para o envio de munições à Ucrânia, defendendo que o correto seria voltar à mesa de negociações, ele sugeriu por diversas vezes que a situação da Rússia e da Ucrânia poderiam ser equiparadas, e no último fim de semana voltou a afirmar que “a decisão foi tomada por dois países”.
Ainda que Lula tenha declarado, após um encontro com o presidente Joe Biden, em Washington, que a Rússia é a agressora e a Ucrânia, a vítima – além de ter conversado por telefone com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia –, algumas de suas ações ainda são questionadas.
Em uma votação nas Nações Unidas em março, o Brasil foi um dos únicos países a ficar ao lado de uma proposta da Rússia de criar um grupo de investigação no órgão para examinar as explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar do Norte. Ao lado de Brasília estavam apenas a China e a própria Rússia.
Pouco depois, o próprio Lula sugeriu que a Ucrânia deveria renunciar às reivindicações territoriais sobre a Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente em 2014. O governo ucraniano defende que a guerra só pode acabar se o seu país recuperar todo o território perdido para a Rússia.
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Fonte: Veja