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Polícia israelense prende 350 palestinos em invasão a mesquita em Jerusalém

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A polícia de Israel anunciou a prisão de mais de 350 palestinos, após violentos confrontos na madrugada desta quarta-feira, 5, no complexo da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém. Agentes invadiram o local, o terceiro mais sagrado do islamismo, para realizar prisões durante orações do Ramadã.

Nas redes sociais, vídeos retratam as policiais israelenses golpeando pessoas com cassetetes. Testemunhas disseram à emissora CNN que a polícia quebrou portas e janelas para entrar na mesquita e lançou granadas de efeito moral e atirou balas de borracha. Em resposta, a polícia israelese divulgou um vídeo que mostra supostas explosões de fogos de artifício dentro do santuário e imagens de uma porta cercada por barricadas.

A polícia israelense disse em um comunicado que suas forças entraram em al-Aqsa depois que “centenas de manifestantes e profanadores de mesquitas (tinham) se barricado” lá dentro. O comunicado destaca que “quando a polícia entrou, pedras foram atiradas contra eles e fogos de artifício foram disparados de dentro da mesquita por um grande grupo de agitadores”. Segundo a corporação, mais de 350 pessoas foram presas na mesquita e um policial foi ferido na perna por pedras.

O ministro da Segurança Interna israelense, Itamar ben Gvir, acusou os palestinos que foram retirados da mesquita de tentaram “ferir e matar policiais, e ferir cidadãos israelenses”.

O Crescente Vermelho Palestino em Jerusalém disse que pelo menos 12 pessoas ficaram feridas durante os confrontos dentro e ao redor da mesquita. Destas, pelo menos três foram transferidas para o hospital com ferimentos de bala de borracha. Segundo a rede humanitária, em determinado momento, suas ambulâncias foram alvo da polícia e foram impedidas de chegar aos feridos.

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O incidente foi condenado por líderes de todo o mundo árabe e muçulmano. O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia, país que administra o locais sagrados muçulmanos em Jerusalém, criticou as ações da polícia israelense e pediu que o país retire imediatamente suas forças da mesquita. O Ministério das Relações Exteriores do Egito também condenou a invasão da mesquita e disse que o caso causou “numerosos ferimentos entre fiéis e devotos” e “violou todas as leis e costumes internacionais”.

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, condenou as ações da polícia. Segundo ele, o acontecimento é um grande crime contra os fiéis.

“Israel não quer aprender com a história, que al-Aqsa é para os palestinos e para todos os árabes e muçulmanos, e que invadir ela vai desencadear uma revolução contra a ocupação”, acrescentou Shtayyeh.

Após a invasão a mesquita, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que nove foguetes foram disparados da Faixa de Gaza em direção ao país.

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“Cinco foguetes foram disparados da Faixa de Gaza para o território israelense. Quatro deles foram interceptados pela matriz de defesa aérea”, disseram as IDF. “Após as sirenes adicionais que soaram nos arredores da Faixa de Gaza, quatro foguetes foram lançados da Faixa de Gaza que caíram em áreas abertas”.

Ismail Haniyeh, líder do Hamas, o grupo militante que comanda Gaza, disse em um comunicado que “os crimes da atual ocupação israelense na mesquita de al-Aqsa são violações sem precedentes que não passarão”.

Em seguida, militares de Israel disseram que seus caças atingiram locais de fabricação e armazenamento de armas na Faixa de Gaza pertencentes ao Hamas. “Este ataque foi realizado em resposta a foguetes disparados da Faixa de Gaza em direção ao território israelense anteriormente”, afirmaram em um comunicado.

Nas últimas duas semanas, está ocorrendo uma movimentação de grupos extremistas judeus para o abate de cabras no complexo da mesquita como parte de um antigo ritual do feriado da Páscoa que não é mais praticado pela maioria dos judeus. Para impedir essas tentativas, um número maior de fiéis muçulmanos permaneceu na mesquita.

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Um palestino chegou a ser baleado e morto pela polícia israelense na entrada do complexo da mesquita. O local é um ponto crítico de tensões entre os dois grupos porque abriga não só um dos locais mais reverenciados pelo Islã, mas também o local mais sagrado do judaísmo, conhecido como Monte do Templo.

Atualmente, a mesquita de al-Aqsa está recebendo milhares de muçulmanos para as orações do mês sagrado do Ramadã. Os judeus também devem celebrar a Páscoa nesta quarta-feira, 5, à noite.

Fonte: Veja

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