O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira, 27, que adiou a votação no Parlamento do projeto que propõe a reforma do Judiciário.
“Buscando evitar uma cisão no país, decidi adiar a segunda e a terceira leituras, para alcançar um amplo consenso,” afirmou Netanyahu em um discurso televisionado.
Grupos contra e a favor da reforma cercaram o Parlamento do país durante o pronunciamento de Netanyahu, formando uma multidão de cerca de 100 mil pessoas, segundo o jornal Times of Israel.
O pacote de leis apresentado pelo governo se baseia em dois pilares que pretendem modificar a forma como a nomeação de juízes e assessores jurídicos se dá no país, de modo que a coalizão governista tenha prevalência sobre as indicações, e frear a interferência da Suprema Corte sobre as legislações aprovadas no Parlamento.
Protestos
Desde que a reforma foi proposta, no começo do fevereiro, o país enfrenta uma onda de manifestações.
No sábado 25, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi demitido por Netanyahu. Gallant havia criticado a reforma judicial. Ele defendeu a suspensão da tramitação no Parlamento.
A decisão do primeiro-ministro de demitir Gallant levou milhares de pessoas às ruas de Israel ontem à noite.
Isaac Herzog, presidente de Israel, pediu hoje ao Parlamento a suspensão da análise do projeto. Segundo ele, a polarização causada pela medida colocou “a segurança, a economia e a sociedade” sob ameaça.
Segundo Herzog, o governo precisa “acordar”, pois esse “não é um momento político”, mas “de liderança e responsabilidade”.
Greve
Nesta segunda-feira, uma greve geral foi convocada em Israel pelas centrais sindicais.
O principal aeroporto do país, Ben Gurion Tel Aviv, anunciou a suspensão imediata de todas as decolagens. No Porto de Haifa, o maior de Israel, os trabalhadores entraram em greve.
A rede de shoppings do Grupo Azrieli fechou as portas. O McDonald’s anunciou apoio à greve e determinou o fechamento de todos os restaurantes no país. As universidades também anunciaram paralisação das atividades a partir de hoje.
Fonte: revistaoeste