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Cuiabá tem fila de mais de 110 mil cirurgias, aponta relatório

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Um levantamento feito na saúde pública de Cuiabá apontou a existência de uma fila com mais de 110 mil pessoas esperando cirurgias, além de outras 357.812 solicitações de exames e consultas especializadas. Os dados são do primeiro relatório entregue ao Judiciário pelo Gabinete de Intervenção na Saúde de Cuiabá.

Segundo dados do relatório entregue a Justiça, maioria das cirurgias da lista são de urgência (77.237). Já as outras 32.666 são cirurgias eletivas eletivas.

Os números assustam. E a interventora Danielle Carmona disse que trabalhará com planejamento emergencial para diminuir a fila de cirurgias na Capital.

“Estamos elaborando um plano de ação para a reduzir a fila de espera e vamos programar mutirões de cirurgias”, destacou.

Segundo a equipe de intervenção, os motivos detectados para existência das filas de espera por cirurgias são a má gestão, falta de estrutura e de medicamentos nas unidades de saúde; a exemplo do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), onde as cirurgias estão suspensas desde 2022, em razão da interdição do centro de esterilização da unidade pela Vigilância Sanitária, em razão das más condições estruturais da unidade.

Além disso, um relatório apresentado em janeiro pelo então interventor, procurador Hugo Felipe Lima, apontou que a situação piorou com a suspensão dos diagnósticos de imagem (como o de raio-X) nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e policlínicas, entre outubro e novembro do ano passado. Todas as máquinas foram recolhidas pelas empresas terceirizadas por falta de pagamento pela Secretaria Municipal de Saúde.

Devido a retirada dos aparelhos, pacientes das UPA’s e policlínicas da cidade que precisam fazer exames de raio-X são levados de ambulância para o Pronto Socorro. Entretanto, cada unidade médica possui apenas uma ambulância, fazendo com que os coordenadores de cada unidade esperassem ajuntar um número específico de pacientes para fazer uma “lotação” até o Pronto Socorro Municipal, para então fazer o exame.

O resultado da centralização de exames ajuda no aumento considerável das filas por exames e gastos supérfluos. Enquanto aguardam os resultados, pacientes ficam por dias dentro da unidade hospitalar, sendo monitorado pela equipe enquanto esperam o resultado, que em muitos casos chegam até semanas depois, sendo que em grande parte dos casos, tanto a equipe médica quanto o paciente descobrem que ele poderia ter recebido alta do hospital há dias.

MEDICAMENTOS EM FALTA

A falta de medicamentos é outro problema grave apresentado no relatório da Intervenção, mas que já está sendo resolvido pela equipe, com a compra de mais de R$ 5,6 milhões em remédios.

De acordo com o documento, todas as unidades básicas de saúde da capital apresentaram falta de medicações de uso contínuo para tratamento de doenças crônicas, soro fisiológico e insumos para realização de curativos.

Nas unidades de saúde da atenção básica, secundária e terciária, dos 238 medicamentos imprescindíveis para a assistência farmacêutica em cada nível de atenção, 150 estavam em falta no estoque – o que corresponde a 63% do total necessário.

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Fonte: unicanews

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