Sophia @princesinhamt
Agronegócio

Subsecretário de política agrícola da Fazenda fala sobre novo Plano Safra

2024 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá
Subsecretário de política agrícola da Fazenda

Em entrevista exclusiva ao programa Rural Notícias, o novo subsecretário de Política Agrícola e Negócios Ambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou que o governo ainda não sabe qual valor terá disponível para o próximo Plano Safra, que deve ser divulgado em junho, mas busca o maior aporte possível para subvenção do crédito rural e do seguro rural.

Bittencourt assumiu o cargo há pouco mais de um mês e revelou que tem pelo menos quatro grandes desafios pela frente.

“O primeiro é o foco na produção de alimentos, que pode ajudar a reduzir a inflação. O segundo desafio é tornar o crédito rural mais acessível em todo o país, já que atualmente há uma concentração de 60% apenas na região sul. O terceiro desafio é garantir a inclusão da agricultura familiar, especialmente para os produtores que têm tido dificuldade de acesso ao crédito rural nos últimos anos. Por fim, o quarto desafio é garantir a sustentabilidade da agricultura, com um manejo de baixo carbono e a recuperação das reservas ambientais. Embora já tenhamos avançado bastante nessa área, ainda há muito a ser feito para garantir um futuro sustentável para a agricultura”, diz.

O secretário falou sobre alternativas para que o governo deixe de aportar mais dinheiro para subsídio de juros.

“A principal fonte do crédito rural hoje é o recurso da poupança, responsável por cerca de R$ 100 bilhões, pouco mais do que é aplicado no crédito rural. Quanto menor for a taxa Selic, menor será o custo de captação do crédito rural. Além da poupança, a segunda fonte importante de recursos para o crédito rural são as LCAs, responsáveis por algo em torno de R$ 80 bilhões. Além disso, existem recursos dos fundos constitucionais e do depósito à vista, que rendem cerca de R$ 70 bilhões de reais. As cooperativas têm cumprido um papel fundamental no crédito rural, não para fornecer fonte barata, mas para reduzir o spread, ou seja, o custo adicional entre o custo de captação e o valor emprestado ao produtor. Sem a atuação das cooperativas, seria difícil atender o volume de produtores que o crédito rural atende atualmente”, afirma.

Na entrevista, Bittencourt também comentou sobre o Pronaf.

“Para incentivar a produção de alimentos diante do aumento da inflação, é necessário aplicar estímulos que os produtores enxerguem como vantajosos. Isso pode ser feito por meio de programas como o de garantia de preço da agricultura familiar, seguro agrícola e crédito rural. Dessa forma, os produtores serão motivados a produzir mais feijão, arroz, mandioca, hortifrúti e outros alimentos que estão diretamente relacionados ao aumento da inflação”.

Em relação ao seguro rural, o subsecretário destacou a necessidade de avançar em algumas mudanças nas regras, como a revisão do zoneamento climático, a fim de garantir a ampliação de recursos privados. Ele enfatizou que o seguro é fundamental para lidar com situações fora do , o que é comum na agricultura, mas que essas perdas não podem se tornar recorrentes, pois deixam de ser seguráveis. O subsecretário acrescentou que será preciso avançar nas discussões sobre irrigação em algumas regiões e que é necessário encontrar alternativas para os municípios que têm enfrentado perdas constantes ao longo dos anos.

Em relação à pecuária leiteira, o subsecretário apontou que o tem sido o principal fator que afeta a rentabilidade dos produtores. Ele mencionou a possibilidade de criar um programa específico para incentivar a cadeia e dar mais previsibilidade aos produtores, mas ressaltou que um dos maiores desafios é a falta de um modelo de seguro para a pecuária, especialmente para a produção semi-intensiva.

Sobre o Plano Safra, o subsecretário informou que ainda está sendo construído e que não se tem uma noção exata dos valores. O objetivo é conseguir o maior aporte possível para a subvenção da taxa de juros.

Ele explicou que nos últimos dois anos, o custo de produção aumentou muito, exigindo uma quantidade maior de crédito.

No entanto, a expectativa é que a queda de parte desses custos, especialmente de adubos e , ajude a reduzir um pouco essa .

“O desafio é conseguir o máximo volume de recursos e buscar fontes que tragam o menor custo possível, para que seja possível equalizar as taxas e permitir que cada produtor pague a menor taxa possível, independentemente do seu grupo. O foco para os juros equalizados continuará sendo na agricultura familiar e nos médios produtores, por meio do Pronamp”.

Fonte: canalrural

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.